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Trump diz que pode intervir em caso de prisão de executiva da Huawei

A pedido de autoridades norte-americanas, a vice-presidente financeira foi presa no Canadá sob a acusação de violar sanções dos EUA contra o Irã

Trump disse que vai intervir junto ao Departamento de Justiça norte-americano, no caso contra uma executiva da chinesa Huawei (Jonathan Ernst/Reuters)

Trump disse que vai intervir junto ao Departamento de Justiça norte-americano, no caso contra uma executiva da chinesa Huawei (Jonathan Ernst/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de dezembro de 2018 às 09h17.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na terça-feira que vai intervir junto ao Departamento de Justiça norte-americano, no caso contra uma executiva da chinesa Huawei Technologies, caso isso ajude a garantir um acordo comercial com Pequim.

"Se eu acho que é bom para o país, se eu acho que é bom para o que será certamente o maior acordo comercial já feito - o que é uma coisa muito importante, o que é bom para a segurança nacional - eu certamente intervirei se achar necessário", disse Trump em entrevista à Reuters.

Trump expressou otimismo de que poderá acertar um acordo comercial com o presidente da China, Xi Jinping, enquanto os dois países travam uma disputa que contribuiu para o recente declínio do mercado acionário dos EUA e levantou dúvidas sobre se a turbulência econômica poderá afetar o governo de Trump em 2019.

A pedido de autoridades norte-americanas, a vice-presidente financeira da Huawei, Meng Wanzhou, foi presa no início do mês no Canadá sob a acusação de violar sanções dos EUA contra o Irã.

A prisão aconteceu no mesmo dia em que Trump e Xi declararam durante a cúpula do G20 em Buenos Aires uma trégua de 90 dias na guerra comercial iniciada por Washington.

Trump, que quer que a China abra seus mercados para mais produtos fabricados nos Estados Unidos e acabe com o que Washington chama de roubo de propriedade intelectual, disse que ainda não falou com Xi sobre a prisão da executiva da Huawei.

Na esteira de seu encontro com Xi em Buenos Aires, Trump disse durante a entrevista que conversas comerciais com Pequim estavam em andamento por telefone, com mais prováveis reuniões entre autoridades norte-americanas e chinesas.

Já preocupante, as relações entre os Estados Unidos e a China ficaram ainda mais complicadas com a prisão de Meng. Se extraditada para os Estados Unidos, Meng enfrentará acusações de conspiração para fraudar várias instituições financeiras, o que pode render condenações de vários anos de prisão.

Um tribunal canadense na terça-feira definiu uma fiança para que Meng aguarde uma audiência de extradição fora da prisão.

Intervenção

Durante a entrevista, Trump disse que Meng poderia ser libertada. "Bem, é possível que muitas coisas diferentes aconteçam. Também é possível que seja parte das negociações (comerciais). Mas falaremos com o Departamento de Justiça, falaremos com a China, teremos muitas pessoas envolvidas", disse ele.

Perguntado se gostaria de ver Meng extraditada para os EUA, Trump disse que queria primeiro ver o que os chineses pedem. Ele acrescentou, no entanto, que as alegações contra a Huawei são preocupantes.

"Esse tem sido um grande problema que tivemos de tantas maneiras diferentes com empresas da China e de outros lugares", disse ele.

Trump já interveio em nome de uma empresa chinesa antes. No começo do ano, ele revisou as multas aplicadas à empresa chinesa ZTE por mentir aos EUA depois que a empresa se declarou culpada de violar as sanções de Washington contra o Irã. Segundo Trump, a revisão ocorreu porque a fabricante da área de telecomunicações é uma grande compradora de componentes produzidos por fornecedores norte-americanos.

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