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Trump diz que não tem pressa para conversar com Xi Jinping sobre tarifas

Há uma expectativa de que os dois presidentes conversem antes que as tarifas retaliatórias chinesas entrem em vigor na próxima segunda-feira, 10

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 08h12.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na última terça-feira, 4, que não tem pressa para falar com o presidente chinês, Xi Jinping, para tentar conter uma guerra comercial entre os dois países.

Depois que Trump impôs tarifas de 10% sobre as importações chinesas, a China, em retaliação, anunciou novas tarifas sobre alguns produtos americanos e uma investigação antitruste contra a Alphabet, controladora do Google.

As novas medidas incluem uma taxa de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos e de 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e um pequeno número de caminhões, além de sedãs de grande porte exportados dos EUA para a China.

Ao ser questionado por repórteres na Casa Branca sobre as novas tarifas chinesas, Trump disse que estava “tudo bem”.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse a repórteres que Xi Jinping entrou em contato para falar sobre o assunto, mas que ainda era necessário agendar uma ligação entre os presidentes.

Liu Pengyu, porta-voz da embaixada chinesa em Washington, disse que a China espera que os EUA trabalhem em conjunto com Pequim para garantir relações estáveis, saudáveis e sustentáveis entre os dois países.

As tarifas mais contidas impostas pela China aos produtos americanos foram interpretadas por analistas políticos como um sinal de que Pequim está disposta a negociar para evitar uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

A consultoria britânica Capital Economics estima que as tarifas chinesas afetam cerca de US$ 20 bilhões em importações anuais; enquanto as tarifas de Trump impactam US$ 450 bilhões em bens importados chineses.

O Fundo Monetário Internacional afirmou que "é do interesse de todos encontrar maneiras construtivas de resolver divergências e viabilizar o comércio". No mês passado, o FMI alertou que um aumento nas políticas protecionistas poderia afetar investimentos e interromper cadeias globais de suprimentos.

As novas tarifas chinesas só entrarão em vigor na próxima segunda-feira, 10, o que dá tempo para que EUA e China busquem um acordo, assim como aconteceu com o México e com o Canadá.

Na segunda-feira, o presidente americano concordou em pausar por 30 dias as novas tarifas anunciadas contra os países vizinhos em troca de concessões sobre segurança nas fronteiras e combate ao crime.

Próximos alvos de Trump

No domingo, o presidente Trump sinalizou que a União Europeia seria seu próximo alvo de tarifas, mas não especificou quando deve anunciá-las.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, disse que o bloco está pronto para negociações difíceis, mas enfatizou a necessidade de estabelecer as bases para uma parceria mais forte com os Estados Unidos, que é o principal parceiro comercial do bloco.

"Seremos abertos e pragmáticos sobre como alcançar isso. Mas também deixaremos igualmente claro que sempre protegeremos nossos próprios interesses", disse a presidente.

Segundo um porta-voz da Comissão Europeia, von der Leyen e Trump ainda não se falaram diretamente, mas o bloco manteve contato em nível técnico com o novo governo americano.

O chefe de comércio da União Europeia, Maros Sefcovic, disse que deseja iniciar negociações antecipadas com os EUA para evitar possíveis tarifas. "Acreditamos que, por meio de um engajamento e discussões construtivas, podemos resolver esse problema", afirmou.

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