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Trump diz que não sabe se príncipe saudita mentiu sobre jornalista morto

Em entrevista à Fox News, Trump destacou que o príncipe saudita mantém a versão de que não tem qualquer envolvimento no assassinato.

Donald Trump (Kevin Lamarque/Reuters)

Donald Trump (Kevin Lamarque/Reuters)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 18 de novembro de 2018 às 16h18.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo que não sabe se o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, mentiu para ele sobre o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, no início de outubro, dentro do consulado saudita em Istambul, na Turquia.

"Eu não sei, quem realmente pode saber? Mas posso dizer que muitas pessoas agora dizem que ele não teve conhecimento (do crime)", afirmou Trump em um trecho de uma entrevista concedida à "Fox News" antecipada pela emissora nas redes sociais.

Veículos da imprensa americana noticiaram na quinta-feira que a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) concluiu que o príncipe herdeiro ordenou o assassinato de Khashoggi, crítico do governo. Ontem, o Trump conversou com a diretora da agência, Gina Haspel, mas disse que o relatório completo sobre a autoria do crime só deve ficar pronto na próxima terça-feira.

Na entrevista, Trump destacou que o príncipe saudita mantém a versão de que não tem qualquer envolvimento no assassinato. No entanto, o líder republicano lembrou que pessoas próximas a Mohammed bin Salman estão implicados na morte de Khashoggi.

"Impusemos sanções muito fortes, sanções maciças contra um grande grupo de pessoas da Arábia Saudita", indicou o presidente. "Mas, ao mesmo tempo, eles são nossos aliados e quero permanecer com um aliado que, de várias formas, foi muito bom", continuou.

Trump confirmou que o governo americano tem em seu poder a gravação feita pelo serviço de inteligência da Turquia durante o assassinato do jornalista saudita, mas disse que não a ouviu.

"Temos a gravação, mas não quero ouvi-la, não há motivo para que eu a escute", disse o presidente, explicando que aceitou a sugestão de assessores para não ouvir o áudio.

"É uma gravação de sofrimento, uma gravação terrível. É muito violenta, impiedosa e terrível", explicou Trump.

Khashoggi foi assassinado por um grupo de agentes da Arábia Saudita, alguns deles próximos ao príncipe herdeiro ao trono do país, Mohammed bin Salman. Eles esperavam o jornalista no consulado saudita em Istambul, onde o profissional, crítico ao governo, pegaria documentos para se casar com uma mulher turca. EFE

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