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Trump diz que não retiraria as tarifas sobre a China, a menos que Pequim ofereça 'algo em troca'

Em entrevista à Times, presidente americano afirmou ser improvável uma nova pausa de 90 dias para as tarifas 'recíprocas'

Agência o Globo
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Publicado em 25 de abril de 2025 às 17h43.

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O presidente Donald Trump sugeriu que era improvável outro adiamento de suas tarifas mais altas, chamadas de “recíprocas”, aumentando a pressão sobre as nações para que negociem acordos comerciais com seu governo.

Questionado sobre a possibilidade de conceder uma nova pausa de 90 dias, Trump considerou o cenário “improvável”, ao falar com repórteres a bordo do Air Force One nesta sexta-feira. Trump também afirmou que não retiraria as tarifas sobre a China — a segunda maior economia do mundo — a menos que Pequim oferecesse “algo substancial” em troca.

O presidente americano disse acreditar que os mercados financeiros estão se ajustando à sua política tarifária, minimizando a volatilidade que atingiu os mercados de ações e de títulos neste mês, após o anúncio de que pretende aplicar tarifas mais altas a cerca de 60 parceiros comerciais dos EUA.

“Quando você observa o que está acontecendo, eu acho que sim. Eu disse que haveria uma transição”, disse Trump sobre a reação do mercado. “As pessoas não entenderam, agora estão começando a entender.”

Pressionado sobre quais concessões gostaria de ver da China, Trump disse que gostaria que o país abrisse sua economia — mas afirmou acreditar que isso é algo “fora de questão”, então não sabe se vai insistir nisso nas negociações sobre tarifas.

“Seria ótimo. Seria uma grande vitória. Mas nem sei se vou pedir isso, porque eles não querem abrir, eles não querem abrir”, disse Trump.

A sexta-feira foi marcada por uma sessão volátil em Wall Street, com as ações devolvendo grande parte dos ganhos do dia, enquanto os investidores tentavam interpretar os sinais contraditórios do presidente sobre o andamento das negociações tarifárias.

Ainda assim, o índice S&P 500 caminhava para sua sequência de vitórias mais longa desde janeiro

Trump x Xi Jinping no telefone

Nos últimos dias, Trump tem enviado sinais mistos sobre o status das conversas com a China, enquanto Pequim nega que estejam ocorrendo negociações entre as duas maiores economias do mundo.

“Estamos nos reunindo com a China. Estamos indo bem com todo mundo”, disse Trump em entrevista à revista Time, publicada mais cedo nesta sexta-feira.

Mas ele também disse à Time que não ligaria para o presidente Xi Jinping, caso seu homólogo chinês não ligasse primeiro. Em seguida, afirmou que essa ligação já havia ocorrido, sem dar detalhes.

“Ele ligou. E não acho que isso seja um sinal de fraqueza da parte dele”, disse Trump.

O presidente dos EUA se recusou a responder aos repórteres, quando foi questionado sobre quando teria falado com Xi, dizendo apenas: “Eu avisarei no momento apropriado. Vamos ver se conseguimos fechar um acordo.”

Na entrevista à revista Time, Trump também disse que esperava concluir acordos comerciais com parceiros dos EUA “nas próximas três a quatro semanas”.

“Estarei com tudo finalizado. Agora, alguns países podem voltar e pedir um ajuste, e vou considerar isso, mas basicamente estarei, com muito conhecimento, pronto para estabelecer os termos”, acrescentou.

Já na Casa Branca, Trump disse a repórteres que está “se dando muito bem com o Japão” e que um acordo está “muito próximo”.

Na entrevista, Trump também rebateu as notícias de que o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o secretário de Comércio, Howard Lutnick, o convenceram a adiar as tarifas recíprocas, e disse que “não estava preocupado” com a turbulência nos mercados de ações e títulos que acompanhou o aumento das tarifas.

Eles não me disseram. Fui eu que fiz isso”, disse Trump. “O mercado de títulos ficou nervoso, mas eu não.”

'Países ficaram ricos impondo tarifas aos EUA'

Ainda na entrevista à Times, Trump citou o Brasil afirmando que é um dos países que "sobrevivem" e que "ficaram ricos" impondo tarifas sobre as importações americanas.

O presidente americano disse ainda que consideraria uma "vitória total" se daqui um ano os EUA ainda cobrarem tarifas altas sobre os produtos estrangeiros que chegam ao país. Segundo ele, se isso acontecer, "o país (EUA) estará ganhando uma fortuna".

"Foi isso que a China fez com a gente. Eles nos cobram 100%. Se você olhar para a Índia — a Índia cobra de 100% a 150%. Se você olhar para o Brasil, se você olhar para muitos, muitos países, eles cobram — é assim que eles sobrevivem. É assim que eles ficaram ricos", disse.

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