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Trump diz que não permitirá que EUA se tornem "campo de imigrantes"

Democratas e até alguns colegas republicanos de Trump repudiaram o governo por separar quase duas mil crianças de seus pais na divisa com o México

Donald Trump: "Você olha o que está acontecendo na Europa, olha o que está acontecendo em outros lugares - não podemos permitir que isso aconteça aos Estados Unidos" (Carlos Barria/Reuters)

Donald Trump: "Você olha o que está acontecendo na Europa, olha o que está acontecendo em outros lugares - não podemos permitir que isso aconteça aos Estados Unidos" (Carlos Barria/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de junho de 2018 às 20h49.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que não permitirá que seu país se torne um "campo de imigrantes" no momento em que seu governo enfrenta uma avalanche de críticas por separar crianças imigrantes de seus pais na fronteira com o México.

Democratas e até alguns colegas republicanos de Trump repudiaram o governo por separar quase duas mil crianças de seus pais na divisa entre meados de abril e o final de maio. Profissionais médicos alertaram que a prática pode causar traumas duradouros às crianças.

As separações familiares são resultado da política de "tolerância zero" de Washington, que ordena a prisão de todos os adultos flagrados entrando no país ilegalmente, inclusive postulantes a asilo.

Enquanto os pais são mantidos em prisões, as crianças são enviadas a centros de detenção diferentes. Imagens de vídeo divulgadas pelo governo mostraram crianças imigrantes detidas em jaulas de arame e sentadas em pisos de concreto.

Trump, que fez do endurecimento com a imigração uma das principais bandeiras de sua Presidência, reagiu aos críticos com contundência nesta segunda-feira.

"Os Estados Unidos não serão um campo de imigrantes, e não serão uma instalação para abrigar refugiados. Você olha o que está acontecendo na Europa, olha o que está acontecendo em outros lugares - não podemos permitir que isso aconteça aos Estados Unidos, não sob meu comando", disse Trump na Casa Branca enquanto anunciava outra política de governo.

Trump vem procurando usar a revolta generalizada com as separações familiares para impulsionar outras prioridades imigratórias que travaram no Congresso, como o financiamento de um muro na fronteira EUA-México prometido há tempos.

Ele vem culpando os democratas continuamente pelo impasse, embora seus correligionários controlem as duas Casas do Congresso. Já os democratas vêm acusando o presidente de usar crianças como reféns na disputa política relativa à imigração.

"Isto foi feito pelo presidente, não pelos democratas. Ele pode consertá-lo amanhã, se quiser, e se não quiser, deveria admitir que o fez", disse o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, em um comunicado pré-redigido.

O secretário de Justiça dos EUA, Jeff Sessions, defendeu a maneira como as crianças imigrantes estão sendo tratadas. "Elas não são colocadas na prisão, é claro. Elas são cuidadas", afirmou durante uma convenção da Associação Nacional de Xerifes em New Orleans nesta segunda-feira.

Trump deve se encontrar com republicanos da Câmara dos Deputados na terça-feira enquanto estes se preparam para votar dois projetos de lei de imigração. Um deles visa acabar com a política de separações, custear o muro de fronteira e oferecer garantias legais a alguns imigrantes que entraram no país quando eram crianças.

(Reportagem adicional de Stephanie Nebehay em Genebra e Nathan Frandino em Washington)

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