Agência de Notícias
Publicado em 19 de agosto de 2025 às 13h59.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que não pretende enviar tropas americanas à Ucrânia como parte das garantias de segurança de um futuro acordo de paz com a Rússia e concordou que as nações europeias assumam a liderança em relação à questão.
Questionado pela rede de televisão "Fox News" sobre como poderia garantir que não haveria “tropas americanas no terreno” na Ucrânia, Trump respondeu: “Vocês têm a minha garantia”.
“Só estou tentando evitar que pessoas sejam mortas”, declarou o republicano, que na última sexta conversou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca, antes de receber o mandatário ucraniano, Volodymyr Zelensky, e outros líderes europeus na Casa Branca.
Trump reiterou que “haverá algum tipo de segurança” para Kiev, “embora não dentro da Otan”, e afirmou concordar com a presença de forças militares europeias naquele país em guerra.
“Eles (os ucranianos) não farão parte da Otan, mas temos as nações europeias, e elas estarão na linha de frente. E algumas delas, França e Alemanha, e também o Reino Unido, querem ter, você sabe, tropas no terreno. Não acho que isso vá ser um problema, para ser sincero. Acho que Putin está cansado disso. Acho que todos estão cansados disso”, afirmou.
Além disso, Trump disse estar surpreso com o fato de Putin e Zelensky se darem “um pouco melhor do que pensava”, o que o levou a organizar primeiro uma reunião entre os dois líderes, em vez de uma cúpula tripartite de paz.
“Eles estão se dando um pouco melhor do que eu pensava; caso contrário, eu não teria organizado a reunião entre os dois. Eu teria organizado a reunião entre os três, a trilateral. Mas acho que eles estão se dando um pouco melhor. (...) Não diria que eles serão os melhores amigos, mas estão indo bem”, declarou.
O presidente americano acrescentou que existe uma “calidez” em sua relação com Putin. Os dois líderes se cumprimentaram com um aperto de mão afetuoso antes da conversa em Anchorage, no Alasca, e mostraram afinidade diante da imprensa.
Trump também disse à "Fox News" que não telefonou para Putin enquanto os líderes europeus estavam na Casa Branca.
“Acho que eles (os líderes europeus) esperavam que eu não fizesse isso na frente deles. Achei que isso seria uma falta de respeito para com o presidente Putin. Eu, sabe, não faria isso porque eles não têm tido as relações mais cordiais. E, na verdade, o presidente Putin não queria falar com o pessoal da Europa. Quer dizer, isso era parte do problema”, explicou.
Trump contou que a conversa com Putin foi boa e que ele se mostrou receptivo à ideia de um encontro com Zelensky.
“Era cerca de uma da manhã. Mas ele atendeu muito contente; claro, ele trabalha muito, como todos nós, e tivemos uma conversa muito boa. Eu disse a ele que vamos organizar uma reunião com o presidente Zelensky, e que os dois vão se encontrar, e depois, após essa reunião, se tudo correr bem, eu me juntarei a eles e fecharemos o acordo”, declarou.
O Kremlin reduziu as expectativas de uma data imediata e disse que um encontro desse tipo deve ser “minuciosamente preparado”, embora tenha sinalizado que “não rejeita nenhum formato de trabalho, nem bilateral, nem trilateral”.