Trump: "Não acho que o Irã está em conformidade", disse Trump (Carlos Barria/Reuters)
AFP
Publicado em 10 de agosto de 2017 às 20h51.
O presidente americano, Donald Trump, atacou nesta quinta-feira o Irã por não "honrar o espírito" do tratado nuclear que o país assinou em 2015 com potências mundiais, inclusive os Estados Unidos, e reiterou que ele sempre considerou o "acordo horroroso".
"Não acho que o Irã está em conformidade", disse Trump no seu clube de golfe de Bedminster (Nova Jersey), onde está passando duas semanas de férias. "Eu não acho que eles honrem o espírito do acordo".
O pacto deu uma folga às sanções econômicas aplicadas ao Irã. Em troca, o país aceitou reduzir sua capacidade de fabricar material para armas nucleares.
No mês passado, Trump foi forçado a voltar atrás em uma de suas promessas de campanha: tirar os Estados Unidos desse acordo.
Trump já o tinha descrito como "o pior acordo da história" e acusou o Irã de continuar a respaldar o terrorismo no Oriente Médio. Contudo, em 17 de julho, a Casa Branca confirmou que a República Islâmica estava cumprindo o acordo nuclear.
Ainda assim, um dia depois, os Estados Unidos impuseram novas sanções ao Irã - contra 18 pessoas físicas e jurídicas - devido ao seu programa de mísseis balísticos.
O Departamento de Estado americano também afirmou na ocasião que "continua profundamente preocupado com as atividades malignas do Irã no Oriente Médio, que minam a estabilidade, a segurança e a prosperidade regionais".
O Tesouro americano voltou a punir o Irã no fim de julho, depois que Teerã testou um foguete de lançamento de satélites, sancionando seis companhias que afirmou estarem envolvidas com o programa de mísseis da República Islâmica.
O Irã também foi atingido em um projeto de sanções que Trump relutantemente transformou em lei na semana passada. Também impôs medidas punitivas à Rússia - por sua suposta ingerência nas eleições americanas - e à Coreia do Norte por seus programas nuclear e de mísseis.
Estas sanções visam o programa de mísseis do Irã e a violação de direitos humanos, que não foram cobertos pelo acordo nuclear de 2015.
Teerã, por sua vez, protestou, afirmando que estas sanções foram adotadas em violação ao acordo.