Agência de notícias
Publicado em 11 de julho de 2025 às 20h33.
Última atualização em 11 de julho de 2025 às 20h50.
O presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que os Estados Unidos enviarão sistemas de defesa aérea Patriot para a Ucrânia por meio da Aliança do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que ficará encarregada de distribuir e pagar pelas armas.
O anúncio ocorre após o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ter mantido um "diálogo positivo" com Trump para garantir que os equipamentos cheguem a tempo. O líder ucraniano disse que solicitou 10 Patriots, considerados armamentos de ponta na interceptação de mísseis.
— Estamos enviando armas para a Otan, e a Otan está pagando por essas armas, 100% — disse Trump em uma entrevista à NBC News. — Então, o que estamos fazendo é: as armas que estão sendo enviadas vão para a Otan e então a Otan vai entregá-las.
Horas antes do anúncio, Zelensky disse que tanto a Alemanha quanto a Noruega estavam preparadas para comprar Patriots para o esforço de guerra se Trump aprovasse.
Zelensky se reuniu na quinta-feira com Friedrich Merz, o chanceler alemão, e discutiu a ajuda adicional em armas alemã à Ucrânia.
— Estamos prontos para comprar sistemas Patriot adicionais dos EUA para disponibilizá-los à Ucrânia — disse Merz a repórteres após a cúpula.
A Ucrânia, que não pagará pelas armas, também apoiou a proposta.
— Sob [Joe] Biden, não recebemos tanto quanto precisávamos, mas as armas estavam chegando — disse Roman Kostenko, secretário do Comitê de Defesa e Inteligência do Parlamento da Ucrânia, em uma entrevista. — Agora, Trump não está disposto a dar nada de graça. Precisamos engajar a Europa. E queremos que os Estados Unidos pelo menos vendam armas.
A Otan coordena doações de armas para a Ucrânia, mas não compra nem fornece armas diretamente. Isso é feito pelos 32 países-membros da aliança e outros parceiros em todo o mundo.
"Acabei de falar com o presidente Trump e agora estou trabalhando em estreita colaboração com os aliados para levar à Ucrânia a ajuda de que ela precisa", disse Mark Rutte, secretário-geral da Otan, nas redes sociais na quinta-feira. Ele chamou o recente aumento nos ataques aéreos russos de "deplorável".
Até recentemente, o governo Trump parecia pouco inclinado a continuar fornecendo apoio militar à Ucrânia. Na semana passada, a Casa Branca reconheceu que o Pentágono havia suspendido o envio de alguns interceptadores de defesa aérea e bombas e mísseis guiados de precisão para a Ucrânia, alegando preocupações com a redução dos estoques de armas dos EUA.
Dias depois, Trump reverteu essa decisão e intensificou suas críticas ao presidente russo, Vladimir Putin, pelo impasse nas negociações de cessar-fogo e pela intensificação do bombardeio na Ucrânia. Na sexta-feira, Zelensky afirmou nas redes sociais que aparentemente os "suprimentos haviam sido restabelecidos" e que as discussões com autoridades americanas continuariam na próxima semana.
Autoridades de defesa e especialistas disseram que os aliados da Otan estavam considerando diversas maneiras de comprar armas para entregar à Ucrânia. Todas elas provavelmente aliviariam os onerosos controles de exportação de defesa que anteriormente atrasavam as transferências de armas americanas de aliados para a Ucrânia.
Um alto funcionário da Defesa americana disse que uma abordagem seria os países europeus criarem contas especiais que seriam administradas pelo General Grynkewich, o principal comandante militar da Otan e dos EUA na Europa. Os fundos seriam depositados nas contas para pagar as armas americanas vendidas aos aliados e, em seguida, transferidos para o Tesouro dos EUA. O armamento e as munições seriam transferidos dos aliados para a Ucrânia, de acordo com o funcionário americano, que falou sob condição de anonimato para discutir o planejamento interno.
As armas poderiam ser retiradas dos estoques militares dos EUA ou adquiridas de fabricantes americanos — ou ambos —, mas a autoridade de Defesa europeia afirmou que o objetivo era levar as armas para a Ucrânia o mais rápido possível, sem esperar que fossem construídas. Uma única bateria Patriot, por exemplo, pode levar até três anos para ser produzida e entregue.