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Trump diz que epidemia pode terminar em julho nos Estados Unidos

Presidente americano afirmou que o país pode estar entrando em recessão por causa do coronavírus

Coronavírus: Trump pediu que os americanos restrinjam reuniões a grupos de menos de dez pessoas (Leah Millis/Reuters)

Coronavírus: Trump pediu que os americanos restrinjam reuniões a grupos de menos de dez pessoas (Leah Millis/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de março de 2020 às 17h47.

Última atualização em 17 de março de 2020 às 11h32.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um pedido aos norte-americanos nesta segunda-feira para que seja suspensa a maior parte das atividades sociais e reuniões entre grupos de mais de 10 pessoas em uma nova e agressiva iniciativa para reduzir a propagação do coronavírus no país.

Ao anunciar as novas orientações de sua força tarefa de combate ao coronavírus, o presidente disse que as pessoas deveriam evitar viagens discricionárias e evitar restaurantes, praças de alimentação e academias.

Enquanto os mercados afundavam, Trump alertava sobre a possibilidade de recessão, fato que poderia afetar suas chances de reeleição em novembro. O presidente republicano disse que estava focado em abordar a crise de saúde e que a economia melhoraria assim que a crise estivesse resolvida.

A força-tarefa implorou que os mais jovens sigam as novas orientações, mesmo que eles sofram menos caso contraiam o vírus. Pessoas mais velhas, especialmente as que já tenham problemas de saúde, são as que têm o maior risco de desenvolver a doença respiratória.

"Tomamos a decisão de endurecer ainda mais as orientações para achatar a curva de infecções agora", disse Trump a jornalistas na Casa Branca. "Nós gostaríamos muito de estar à frente da curva, e não atrás dela."

Repórteres escalonaram seus assentos, sentando sempre com uma cadeira vazia de distância um do outro na sala de imprensa da Casa Branca, para obedecer as medidas de distanciamento social.

Trump disse que o pior da epidemia pode passar até julho, agosto ou depois, e classificou o vírus como um inimigo invisível.

"Com várias semanas de ação focada, podemos virar o jogo rapidamente", disse.

O presidente foi criticado por minimizar a gravidade da epidemia nos primeiros dias de propagação do vírus nos EUA. Na segunda-feira, quando perguntado, ele se deu uma boa nota por sua resposta.

Trump afirmou que isolamento em nível nacional ainda não estava sendo considerado neste momento.

Normalmente, um entusiasta da economia norte-americana, Trump reconheceu a possibilidade de recessão ao minimizar mais um dia de queda dramática dos mercados financeiros em meio às preocupações dos investidores com o quadro de pandemia.

"O mercado irá tomar conta de si mesmo", disse Trump, acrescentando que o setor financeiro se fortaleceria depois que o vírus fosse controlado. Trump sempre considerou que as altas nos mercados de ações eram um sinal do sucesso de seu governo.

Trump disse que o governo já discutia regularmente sobre restrições domésticas de viagem, mas que esperava não precisar aplicar tais medidas.

Ele disse pensar que ainda seria possível para os líderes do G7 se reunirem no retiro de Camp David, em Maryland, em junho. Trump frustrou os países europeus, que representam grande parte do G7, ao instituir restrições de viagem a partir de países europeus sem consultá-los antes.

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