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Trump diz que encerrou negociações com o Canadá e ameaça impor tarifas na próxima semana

Após as declarações do presidente americano, o índice de ações de referência e a moeda canadense sofreram quedas

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, ao lado do premiê canadense, Mark Carney, na Casa Branca, em Washington (Anna Moneymaker/Getty Images)

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, ao lado do premiê canadense, Mark Carney, na Casa Branca, em Washington (Anna Moneymaker/Getty Images)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 27 de junho de 2025 às 15h38.

Última atualização em 27 de junho de 2025 às 15h59.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira, 27, que está encerrando todas as discussões comerciais com o Canadá após a implementação de um imposto sobre serviços digitais por parte do país.

Trump afirmou que, em resposta a essa medida, o governo americano vai impor uma nova tarifa ao Canadá na próxima semana.

"Com base neste imposto flagrante, estamos encerrando TODAS as discussões sobre comércio com o Canadá, com efeito imediato. Informaremos o Canadá sobre a tarifa que pagará para fazer negócios com os Estados Unidos da América dentro dos próximos sete dias", escreveu Trump em suas redes sociais, nesta tarde.

Após os comentários do presidente, o índice de ações de referência e o dólar canadense sofreram quedas.

O gabinete do primeiro-ministro canadense, Mark Carney, e o Ministério das Finanças do país ainda não se pronunciaram sobre a decisão de Trump.

Volta do 'tarifaço'

Em abril, pouco tempo após o anúncio das tarifas, o presidente republicano recuou e anunciou a suspensão das taxas por 90 dias, com prazo final da suspensão marcado para 9 de julho.

Desde então, os Estados Unidos têm tentado estabelecer acordos com diversos parceiros comerciais. No entanto, esse grupo não inclui Canadá e México. As tarifas impostas pelo presidente aos dois países no início deste ano foram motivadas, segundo Trump, devido ao tráfico de fentanil e pela migração, com negociações ocorrendo separadamente.

Na quinta-feira, 27, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que os países do G7 suspenderiam os impostos sobre serviços digitais direcionados a empresas de tecnologia americanas, em troca da rejeição da proposta de um "imposto de vingança" sobre investidores estrangeiros no Congresso. No entanto, não está claro se os aliados dos Estados Unidos concordaram com esse acordo. O Canadá é parte do G7.

Entenda o imposto novo do Canadá

Apesar das discussões, o Canadá segue com a implementação do imposto digital, com os primeiros pagamentos vencendo na próxima segunda-feira. Grupos empresariais canadenses se opuseram ao imposto, argumentando que ele aumentaria os custos dos serviços e poderia provocar retaliações por parte dos Estados Unidos.

Um grupo de 21 parlamentares americanos escreveu a Trump no início deste mês pedindo a remoção do imposto, prevendo que ele custaria US$ 2 bilhões às empresas americanas.

Trump, em sua abordagem comercial, frequentemente critica impostos e outras barreiras não tarifárias, considerando-os obstáculos para os exportadores americanos.

O imposto canadense sobre serviços digitais, que segue o modelo de outros países como o Reino Unido, estabelece uma taxa de 3% sobre a receita obtida de usuários canadenses por empresas de serviços digitais, no caso de receitas anuais superiores a 20 milhões de dólares canadenses (aproximadamente US$ 14,6 milhões). Isso afeta empresas de mídia social como a Meta Platforms Inc.

No entanto, o ministro das Finanças do Canadá, François-Philippe Champagne, sugeriu recentemente que o imposto digital poderia ser renegociado durante as discussões comerciais entre os EUA e o Canadá. "Obviamente, tudo isso é algo que estamos considerando como parte das discussões mais amplas que vocês possam ter", afirmou ele.

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