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Trump diz que decisão sobre aborto cabe aos estados e toma posição mais moderada

Republicano evitou se comprometer com medidas federais contra o procedimento

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 8 de abril de 2024 às 10h21.

Última atualização em 8 de abril de 2024 às 10h43.

O ex-presidente Donald Trump enfim deixou mais clara sua posição sobre o aborto, um dos principais temas da campanha eleitoral deste ano. O republicano disse, em um vídeo, que os estados devem resolver a questão e que ele defende a liberação para o procedimento em casos de estupro, incesto ou risco de vida para a mãe.

"O que [os estados] decidirem deve ser a lei da terra, e neste caso, a lei do estado. Muitos estados vão ser diferentes, vão ter diferentes números de semanas [em que o aborto é liberado], alguns vão ser mais conservadores, e é assim que será. Ao fim do dia, tudo isso se refere à vontade das pessoas", disse Trump.

Com o discurso, o ex-presidente, que disputa as eleições para tentar voltar à Casa Branca, definiu sua posição no tema. Em falas anteriores, ele havia sido vago sobre o que defendia de fato.

No vídeo, Trump voltou a dizer ser responsável pelo fim de Roe vs. Wade, a decisão da Suprema Corte, de 1973, que garantia o direito ao aborto no país e foi derrubada em 2022. Quando presidente, ele nomeou três juízes conservadores, o que ajudou a compor a maioria na Corte a favor da derrubada do direito ao aborto. Com isso, cada um dos 50 estados passou a poder estabelecer vetos próprios.

Após a decisão, vários estados adotaram medidas bastante rígidas, como a Florida, que estabeleceu um veto para o aborto após seis semanas de gravidez. No entanto, é comum que as mulheres ainda não tenham percebido a gestação nesse período.

Havia a expectativa de que Trump poderia propor uma lei federal vetando o aborto no país todo, ou defender um limite máximo em semanas para o aborto, como alguns estados adotaram. Seu rival, o presidente Joe Biden, defende medidas de alcance nacional para permitir o procedimento, mas uma lei que solidifique esse direito depende de maioria ampla no Congresso, algo que os democratas não possuem atualmente.

Os dois lados na disputa esperam que o aborto engaje eleitores a irem votar. Os republicanos defendem que Trump pode ajudar a limitar ainda mais o acesso, enquanto os democratas vão em sentido oposto e dizem que com mais força no Congresso e com uma vitória de Biden, será possível recuperar o direito perdido.

No vídeo, Trump disse ainda que ele e o partido sempre defenderam a formação de famílias, e defendeu maior acesso a fertilização artificial.

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