Volkswagen é uma das montadores que pode ser atingida pela medida (Volkswagen/Divulgação)
Repórter colaborador
Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 19h35.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta sexta-feira, 14, que vai anunciar novas tarifas sobre automóveis em abril. “Nós vamos fazer isso por volta do dia 2 de abril”, disse Trump à imprensa, no Salão Oval, enquanto assinava ações executivas sobre a política energética.
O anúncio do republicano ocorre um dia depois de revelar que poderia impor tarifas recíprocas sobre vários parceiros comerciais, incluindo o Brasil.
As tarifas recíprocas sobre países que têm impostos de importação sobre os produtos americanos podem ser implementadas já em abril. Essas taxas são distintas das prometidas por Trump para os automóveis. O presidente também ameaçou outras indústrias, como energia, semicondutores e produtos farmacêuticos.
No início desta semana, ele também anunciou planos para aplicar uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio, que atingiria o Brasil.
Essa ameaça de Trump sobre os automóveis pode atingir algumas das maiores marcas do Japão, Alemanha e Coreia do Sul. As importações representaram cerca de metade do mercado automotivo dos EUA no ano passado, segundo a Bloomberg.
Cerca de 80% das vendas da Volkswagen nos EUA são oriundas de importação, enquanto 65% das vendas da Hyundai-Kia nos EUA têm a mesma origem, de acordo com dados da Global Data, empresa de pesquisa de mercado.
Trump não forneceu detalhes sobre o escopo ou a taxa das possíveis tarifas sobre automóveis. Também não está claro qual seria o impacto delas sobre veículos fabricados sob o acordo de livre comércio entre os EUA, Canadá e México, segundo a Bloomberg.
CEOs de montadoras como General Motors e Ford fizeram verdadeiras peregrinações recentemente a Washington para tentar entender o momento econômico do país e como os executivos podem influenciar o debate sem irritar o presidente Trump.
Segundo a Bloomberg, chefes de montadoras se reuniram com lobistas e republicanos do Congresso de estados do chamado "Cinturão das baterias" numa tentativa de adiar a revogação dos créditos fiscais concedidos pelo governo Biden - política que Trump sempre criticou.