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Trump diz que anunciará decisão sobre acordo climático em breve

Trump afirmou que está ouvindo pessoas dos dois lados da questão, mas se recusou a indicar se havia se decidido

Trump: "Eu estou ouvindo muitas pessoas, de ambos os lados. Ambos os lados", disse (Jonathan Ernst/Reuters)

Trump: "Eu estou ouvindo muitas pessoas, de ambos os lados. Ambos os lados", disse (Jonathan Ernst/Reuters)

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Reuters

Publicado em 31 de maio de 2017 às 17h21.

Última atualização em 31 de maio de 2017 às 20h30.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira estar se aproximando de um anúncio sobre deixar ou não um acordo global de combate a mudanças climáticas e estar ouvindo pessoas de ambos os lados, enquanto uma fonte próxima à questão afirmou que Trump estava se preparando para retirar o país do pacto.

Uma saída dos EUA pode aprofundar um dilema com aliados norte-americanos, e os EUA se juntariam à Síria e à Nicarágua como os únicos não participantes do acordo de 195 países feito em 2015 em Paris.

Respondendo a perguntas de repórteres no Salão Oval da Casa Branca, Trump se negou a dizer se já tem uma decisão, dizendo: “Vocês descobrirão muito em breve”.

“Estou ouvindo muitas pessoas, de ambos os lados”, disse Trump, que anteriormente chamou o aquecimento global de farsa com objetivo de enfraquecer a indústria dos EUA. A fonte, falando em condição de anonimato, afirmou que Trump estava elaborando os termos da retirada com o administrador da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, Scott Pruitt, um aliado da indústria do petróleo e cético sobre mudanças climáticas.

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, se negou a dizer durante entrevista se o presidente republicano poderia optar por uma ação sem ser retirada completa.

O acordo, firmado na capital francesa em 2015, almeja limitar o aquecimento planetário em parte cortando o dióxido de carbono e outras emissões resultantes da queima de combustíveis fósseis. Segundo o pacto, os EUA se comprometiam a reduzir suas emissões em 26 a 28 por cento dos níveis de 2005 até 2025.

Nos últimos dias, chefes-executivos de diversas companhias fizeram apelos para Trump.

Os chefes de ExxonMobil Corp, Apple Inc, Dow Chemical Co, Unilever NV e Tesla Inc estavam entre os que pediram para Trump continuar no acordo, com Elon Musk, da Tesla, ameaçando deixar os conselhos de consulta da Casa Branca caso o presidente retire os EUA do pacto.

Robert Murray, CEO da Murray Energy Corp, uma companhia de carvão sediada em Ohio e grande doador da campanha de Trump, pediu para Trump retirar o país do acordo.

Trump havia dito que o acordo iria custar trilhões de dólares à economia dos EUA sem benefícios tangíveis. Para o presidente republicano, uma retirada refletiria sua abordagem política de “América primeiro”, livre de obrigações internacionais.

Trump se recusou a endossar o acordo climático em cúpula do G7, grupo dos sete países mais ricos, na Itália no sábado, dizendo precisar de mais tempo para decidir.

Os EUA são o segundo maior emissor de dióxido de carbono do mundo, só atrás da China.

Os apoiadores do acordo climático temem que a saída dos EUA induza outras nações a afrouxar seus compromissos ou também se retirarem, enfraquecendo um acordo que os cientistas afirmam ser crucial para evitar os impactos mais graves da mudança climática

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