Agência de notícias
Publicado em 28 de maio de 2025 às 16h36.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que alertou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, contra-atacar o Irã, dizendo que isso não seria "apropriado" em meio a negociações sobre um acordo nuclear com Teerã.
— Bem, eu gostaria de ser honesto, sim, eu fiz — disse Trump a repórteres quando questionado se havia dito a Netanyahu em uma ligação na semana passada para não tomar medidas militares. — Eu disse que não acho apropriado agora. Estamos tendo discussões muito boas com eles [Teerã].
Trump também afirmou que estão "muito perto de uma solução" sobre o acordo.
Desde seu retorno à Casa Branca, Trump retomou a campanha de "pressão máxima" sobre o Irã e, embora apoie as conversações, já advertiu que haverá ações militares se a diplomacia fracassar. Por sua vez, o Irã busca um novo acordo que flexibilize as sanções que afetam duramente sua economia.
Nas últimas semanas, Teerã e Washington realizaram cinco rodadas de negociações focadas no assunto — seu contato de mais alto nível desde que os EUA se retiraram do acordo nuclear de 2015, em 2018, durante o primeiro mandato de Trump.
Trump não descarta uma ação militar, mas disse que quer espaço para fechar um acordo primeiro — e também disse que Israel, e não os Estados Unidos — assumiria a liderança em tais ataques.
O Irã disse nesta quarta-feira que pode considerar permitir que inspetores americanos do órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas inspecionem suas instalações se um acordo for fechado com os Estados Unidos.
Porém, Israel tem repetidamente ameaçado agir militarmente contra seu arqui-inimigo Irã, e reportagens da mídia americana na semana passada disseram que Israel estava se preparando para atacar instalações nucleares iranianas, apesar das negociações em andamento.
Nos dias seguintes aos relatos, veio à tona uma carta que o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araqchi, endereçou ao secretário-geral da ONU, António Guterres, alertando que "o governo dos EUA (...) assumiria a responsabilidade legal" por qualquer ataque israelense contra suas instalações nucleares.
O Irã tem sido acusado há muito tempo por potências ocidentais de tentar desenvolver armas nucleares — uma alegação que Teerã tem negado consistentemente, insistindo que seu programa nuclear é exclusivamente para fins pacíficos e civis. Atualmente, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã enriquece urânio a 60%, muito acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo, mas abaixo dos 90% necessários para desenvolver armas nucleares.