Mundo

Trump diz não culpar filho por encontro com advogada russa

Os emails foram a evidência mais concreta de que autoridades da campanha de Trump poderiam estar dispostas a aceitar ajuda russa para vencer a eleição

Trump e Trump Jr.: "Eu acho que muitas pessoas teriam realizado este encontro", disse Trump (Mike Segar/Reuters)

Trump e Trump Jr.: "Eu acho que muitas pessoas teriam realizado este encontro", disse Trump (Mike Segar/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 12 de julho de 2017 às 22h06.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira não ter culpado seu filho Donald Trump Jr. por se encontrar com uma advogada russa durante a campanha eleitoral presidencial de 2016 e disse que não estava ciente do encontro até poucos dias atrás.

Perguntado se sabia que seu filho estava se encontrando com a advogada Natalia Veselnitskaya em junho do ano passado, o presidente disse à Reuters em entrevista na Casa Branca: "Não, isto eu não sabia até alguns dias atrás, quando ouvi sobre isto".

Trump Jr. avidamente concordou em se encontrar com uma mulher que lhe foi dito ser uma advogada do governo russo que poderia ter informações prejudiciais sobre a rival democrata Hillary Clinton, como parte do apoio oficial de Moscou pela campanha de seu pai, de acordo com emails que seu filho divulgou na terça-feira.

Sentando em sua mesa no Salão Oval, Trump disse não culpar seu filho por realizar o encontro, definindo-o como uma decisão feita no calor de uma campanha nova e não tradicional.

"Eu acho que muitas pessoas teriam realizado este encontro", disse Trump.

Os emails foram a evidência mais concreta de que autoridades da campanha de Trump poderiam estar dispostas a aceitar ajuda russa para vencer a eleição, uma questão que colocou uma nuvem sobre a Presidência de Trump e gerou investigações pelo Departamento de Justiça e pelo Congresso dos EUA.

Donald Trump Jr., em entrevista à Fox News na terça-feira, disse: "Em retrospectiva, eu provavelmente teria feito as coisas um pouco diferente".

Confia em Putin?

Na entrevista na Casa Branca, o presidente disse ter perguntado diretamente ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, se ele estava envolvido no que a inteligência dos EUA diz ser envolvimento russo na campanha presidencial e que Putin lhe insistiu que não.

Trump disse ter passado os primeiros 20 ou 25 minutos do encontro de mais de duas horas de duração com Putin na sexta-feira na Alemanha falando sobre a questão de envolvimento na eleição.

"Eu disse, 'você fez isto?' E ele disse, 'Não, eu não fiz. Absolutamente não'. Então lhe perguntei uma segunda vez de uma maneira totalmente diferente. Ele disse que absolutamente não", disse Trump.

Perguntado se acreditava na negativa de Putin, Trump fez uma pausa.

"Olha. Algo aconteceu e precisamos descobrir o que é, porque não podemos permitir que uma coisa como esta aconteça em nosso processo eleitoral. Então algo aconteceu e iremos descobrir o que é", disse.

Sobre Putin, ele acrescentou: "Alguém disse que se ele fez isto, você não iria descobrir sobre isto. O que é um ponto muito interessante."

Embora agências de inteligência dos EUA e até mesmo membros do gabinete de Trump tenham dito que a Rússia interferiu na eleição, Trump hesitou sobre o assunto, às vezes sugerindo que outros atores podem ter sido envolvidos.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEleições americanasEstados Unidos (EUA)Rússia

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA