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Trump discursa na ONU e ataca a Coreia do Norte e o Irã

Presidente americano afirmou que os chamados "Estados párias" representam uma ameaça à estabilidade de todo o mundo

Donald Trump: "o Exército americano vai se tornar em breve mais forte do que nunca" (Eduardo Munoz/Reuters)

Donald Trump: "o Exército americano vai se tornar em breve mais forte do que nunca" (Eduardo Munoz/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de setembro de 2017 às 13h11.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, denunciou nesta terça-feira em seu primeiro discurso ante a Assembleia Geral da ONU que os chamados "Estados párias" representam uma ameaça à estabilidade de todo o mundo, começando por Coreia do Norte, a quem ameaçou "destruir totalmente", e o Irã.

Enquanto o secretário-geral das Nações Unidas, o português Antonio Guterres, abriu os debates pedindo "um mundo sem armas nucleares" e uma "solução política" para a crise norte-coreana, o presidente americano atacou violentamente o "regime vicioso de Pyongyang".

"Os regimes párias representados neste corpo, não só apoiam o terror, como também ameaçam outras nações e seu próprio povo", declarou Trump, diante de cerca de 130 chefes de Estado e de Governo em uma reunião dominada pela ameaça nuclear norte-coreana e o acordo de não-proliferação com o Irã.

"O Exército americano vai se tornar em breve mais forte do que nunca", advertiu, considerando que que as nações soberanas e independentes devem ser a base da ordem mundial.

"Nosso sucesso depende de uma coalizão de nações fortes e independentes que abracem sua soberania para promover segurança, prosperidade e paz, para cada um de nós e para o mundo", expressou o presidente, que defende uma visão unilateral do mundo.

Neste contexto, o presidente americano ameaçou "destruir totalmente" a Coreia do Norte, um "regime vicioso e corrompido", caso as tensões atuais levem a um conflito com o eventual uso de armas nucleares.

"Os Estados Unidos têm grande poder e paciência, mas se for forçado a se defender e defender seus aliados, não teremos outra opção do que a de destruir totalmente a Coreia do Norte. O 'rocket man'está em uma missão suicida para si mesmo e para seu regime", afirmou em referência ao líder norte-coreano Kim Jong-un.

Quanto ao Irã, Trump afirmou que o país é dirigido por uma "ditadura corrupta" e chamou o acordo nuclear concluído em 2015 com as grandes potências de uma "vergonha".

"O acordo com o Irã é uma das piores transações (...) Francamente, este acordo é uma vergonha para os Estados Unidos". Em 15 de outubro, Trump vai se pronunciar no Congresso americano se ele considera que Teerã respeita seus compromissos, como indicado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

"É hora de o mundo inteiro se unir a nós para exigir que o governo iraniano pare de semear a morte e a destruição", declarou na tribuna da ONU, criticando as "atividades desestabilizadoras" de Teerã.

Além disso, o republicano voltou a defender a sua política, afirmando que sempre colocará "os Estados Unidos em primeiro lugar".

Quanto à América Latina, Trump se concentrou especialmente na Venezuela, onde denunciou a "situação inaceitável da ditadura socialista do presidente Nicolas Maduro".

"Não podemos ficar à margem e apenas olhar. Como vizinho e amigo responsável, devemos ter um objetivo: recuperar a liberdade, restaurar o país, retomar a democracia", declarou, afirmando estar pronto para "novas ações", sem dar mais detalhes.

A Venezuela já havia sido assunto central em um jantar de trabalho na segunda-feira entre Trump e os presidentes do Brasil, Panamá e Colômbia, além da vice-presidente da Argentina.

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