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Trump defende veto e insinua que justiça dos EUA está politizada

O presidente lembrou que a "segurança" foi "uma das razões mais fortes" de seu triunfo nas eleições presidenciais de novembro

Donald Trump: o veto migratório estabelecido pelo presidente americano está suspenso desde a sexta-feira (Joshua Roberts/Reuters)

Donald Trump: o veto migratório estabelecido pelo presidente americano está suspenso desde a sexta-feira (Joshua Roberts/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de fevereiro de 2017 às 13h26.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2017 às 14h20.

Washington - O presidente dos EUA, Donald Trump, insinuou nesta quarta-feira que a justiça do país está politizada ao defender a legalidade de seu veto migratório contra todos os refugiados e os cidadãos de sete países de maioria muçulmana, suspenso temporariamente à espera da decisão de uma Corte de Apelações.

"Não quero chamar um tribunal de relaxado, então não chamarei de relaxado. Mas os tribunais parecem ser muito políticos. Nossa segurança está em risco hoje", sustentou Trump em discurso perante uma conferência de chefes de polícia e oficiais das forças da ordem.

Um painel de três magistrados do Tribunal de Apelações do Nono Circuito, com sede em São Francisco (Califórnia), estuda o pedido do governo de restituir o veto migratório de Trump, suspenso temporariamente por ordem de um juiz federal desde sexta-feira passada.

Se esses juízes "quisessem, na minha opinião, ajudar o tribunal em termos de respeito pelo mesmo, que façam o que deveriam estar fazendo", advertiu Trump.

Durante seu discurso, o presidente leu inclusive parte de uma lei migratória que considera que respalda totalmente seu veto, ordenada em 27 de janeiro para suspender temporariamente o programa de amparada de refugiados dos EUA e anular a emissão de vistos para cidadãos de sete países de maioria muçulmana: Líbia, Sudão, Somália, Síria, Iraque, Irã e Iêmen.

Segundo Trump, inclusive quem foi "um mal estudante no ensino médio" pode entender a legalidade de sua medida.

"É triste, acredito que é um dia triste. Acho que nossa segurança está em risco hoje", lamentou o líder.

Além disso, lembrou que a "segurança" foi "uma das razões mais fortes" de seu triunfo nas eleições presidenciais de novembro diante da democrata Hillary Clinton.

"Aprendi muito nas últimas duas semanas e o terrorismo é uma ameaça muito maior do que o povo de nosso país acredita", afirmou Trump.

Após escutar na terça-feira os argumentos do governo e dos estados de Washington e Minnesota e dos impulsores do recurso que motivou a suspensão temporária do veto, os juízes do mencionado tribunal de apelações asseguraram que tomarão uma decisão sobre o fato "o mais rápido possível", sem especificar datas concretas.

Em resposta a um pedido dos estados de Washington e Minnesota, na sexta-feira passada o juiz federal James Robart decidiu estudar o conteúdo da medida de Trump e enquanto isso ordenou suspendê-la temporariamente pelo "dano imediato e irreparável" que poderia causar de seguir em vigor.

A Corte de Apelações do Nono Circuito já rejeitou no domingo um recurso interposto pelo governo de Trump contra a decisão de Robart.

Se esse tribunal voltar a rejeitar o pedido do governo, é muito possível que a batalha legal chegue até a Suprema Corte, como reconheceu o próprio Trump.

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