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Trump culpa Biden e Obama por acidente aéreo nos EUA

Autoridade de Washington confirmou que 28 corpos foram retirados do rio Potomac, local da queda das aeronaves, até a manhã desta quinta-feira, e que operação agora é de 'recuperação' de corpos

Trump: críticas à diversidade e acusações contra Biden e Obama após acidente aéreo (AFP)

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Agência o Globo
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Publicado em 30 de janeiro de 2025 às 17h28.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, acusou nominalmente os ex-presidentes democratas Barack Obama e Joe Biden por "rebaixarem os padrões" do serviço aéreo no país. Trump também fez uma correlação entre programas de incentivo à diversidade nas Forças Armadas e o acidente entre um avião de passageiros e um helicóptero militar no espaço aéreo de Washington, na quarta-feira à noite. Ao todo, 67 pessoas estavam a bordo das duas aeronaves, sendo três militares. O presidente comunicou oficialmente que ninguém sobreviveu.

“Devemos ter apenas os mais altos padrões para aqueles que trabalham em nosso sistema aéreo. Eu mudei os padrões de [Barack] Obama de muito medíocres, na melhor hipótese, para extraordinários”, afirmou Trump durante uma coletiva de imprensa convocada na Casa Branca nesta quinta-feira. “Eles [os controladores de voo] têm que ter o mais alto intelecto, e pessoas psicologicamente superiores foram autorizadas a se qualificar para controladores de tráfego aéreo.”

Acusações de Trump geram reação imediata

As acusações contra as administrações democratas ocorreram logo após o próprio presidente admitir que não sabia exatamente os fatores que causaram o acidente. O chefe da Associação Nacional de Controladores de Voo, em uma carta aos seus membros publicada on-line, afirmou que é "prematuro especular sobre a causa". Ainda assim, Trump disse que compartilharia "opiniões fortes" criadas a partir de observações feitas "ao longo dos anos".

“Eu quero ressaltar vários artigos que apareceram antes de eu assumir o cargo, e aqui está um: 'o incentivo à diversidade na Força Aérea Americana inclui foco na contratação de pessoas com deficiências intelectuais e psiquiátricas graves'. Isso é incrível”, disse Trump.

Desde que retornou ao poder na semana passada, Trump iniciou uma ofensiva contra iniciativas de inclusão voltadas a grupos minoritários e historicamente excluídos na administração federal. Ele decretou a demissão de funcionários ligados a programas de diversidade e meio ambiente, encerrou programas federais e proibiu pessoas transgênero de ingressarem nas Forças Armadas.

Especialistas apontam politização da tragédia

Analistas americanos interpretaram os ataques de Trump à política de diversidade como uma politização do acidente. O correspondente-chefe do New York Times na Casa Branca, Peter Baker, afirmou que a prática já foi utilizada por Trump neste mandato.

“O foco instantâneo de Trump na diversidade reflete seu instinto de enquadrar imediatamente os principais eventos por meio de suas lentes políticas ou ideológicas, independentemente de os fatos se encaixarem ou não”, escreveu Baker.

O ex-secretário de Transportes dos EUA, Pete Buttigieg, criticou as falas do presidente Trump, chamando de "desprezível" a relação criada entre o acidente e as políticas de diversidade.

“Enquanto as famílias sofrem, Trump deveria estar liderando, não mentindo”, disse Buttigieg. “Um dos primeiros atos [de Trump] foi demitir e suspender alguns dos principais funcionários que ajudaram a manter nossos céus seguros.”

Detalhes do acidente ainda são investigados

A colisão entre a aeronave comercial e o helicóptero militar foi gravada em vídeo e considerada a mais letal em mais de duas décadas. Imagens publicadas nas redes sociais mostram o momento em que uma bola de fogo se forma no céu e cai nas águas do rio Potomac.

O avião, um Bombardier CRJ700, havia partido de Wichita, no Kansas, e pousaria em Washington. O voo da American Airlines era operado pela PSA Airlines. Já o helicóptero era um Sikorsky UH-60 Black Hawk, usado para treinamento em Fort Belvoir, na Virgínia.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, classificou o acidente como "absolutamente trágico". O secretário de Transportes, Sean Duffy, reforçou que irá promover reformas para garantir que apenas "os melhores e os mais brilhantes" ocupem posições de segurança.

O CEO da American Airlines, Robert Isom, defendeu os pilotos do voo 5342 e questionou a presença da aeronave militar na rota de pouso do Aeroporto Nacional Ronald Reagan.

O piloto Chesley Sullenberger III, famoso por pousar um avião no Rio Hudson em 2009, destacou que as condições do aeroporto podem ter contribuído para a tragédia. “Haveria menos luzes visíveis sobre a água do que sobre a terra à noite”, afirmou.

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