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"A Alemanha está totalmente controlada pela Rússia", diz Trump

O presidente americano afirmou que a Alemanha vai ficar dependente da Rússia ao receber cerca de 60% a 70% de sua energia do novo gasoduto

A Alemanha paga bilhões de dólares por ano à Rússia, criticou Trump (Reinhard Krause/Reuters)

A Alemanha paga bilhões de dólares por ano à Rússia, criticou Trump (Reinhard Krause/Reuters)

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EFE

Publicado em 11 de julho de 2018 às 09h57.

Última atualização em 11 de julho de 2018 às 12h13.

Bruxelas - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira que a Alemanha é "totalmente controlada" pela Rússia pela energia que recebe desde esse país e, em particular, pelo projeto de gasoduto Nord Stream II, que ligará diretamente os dois países.

"A Alemanha está totalmente controlada pela Rússia", declarou o líder ao início de uma reunião bilateral com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, prévia à cúpula de chefes de Estado e de Governo da Aliança realizada entre hoje e amanhã em Bruxelas.

Trump insistiu que considera "muito triste" que a Alemanha faça um acordo "em massa" de gás e petróleo com a Rússia, enquanto "supõe" que os Estados Unidos devem proteger sua aliada diante de Moscou.

"A Alemanha paga bilhões de dólares por ano à Rússia", criticou Trump, que qualificou a situação de "muito inadequada" e disse lamentar que o ex-chanceler alemão Gerhard Schröder presida o gasoduto Nord Stream 2, a cargo da empresa estatal russa Gazprom.

"A Alemanha está totalmente controlada pela Rússia, porque recebe entre 60% e 70% de sua energia da Rússia do novo gasoduto", disse Trump, que questionou "se é adequado, porque para mim parece que não e acredito que é uma coisa muito ruim para a Otan, não acredito que deva acontecer e acho que deveremos falar sobre isso com a Alemanha", afirmou.

Trump criticou que a Alemanha destine pouco mais de 1% do PIB à despesa militar, enquanto os Estados Unidos contribuíram em 2017 com 3,57%, segundo os dados da Aliança.

O presidente americano também disse que Washington paga "muito dinheiro" para proteger os parceiros da Otan, frente aos outros aliados, que investem menos em Defesa, e reconheceu que outros presidentes da primeira potência mundial já apresentaram essas diferenças.

"Eu quero apresentar porque acho que muito injusto com o nosso país, com nosso contribuinte, e acho que esses países devem aumentar (a despesa militar) não em período de dez anos, senão imediatamente", afirmou.

De fato, acrescentou que a Alemanha é "um país rico" e poderia aumentar "amanhã" o investimento "e não ter problemas".

"Não acho que seja justo para os Estados Unidos, portanto teremos que fazer algo", disse.

Os países da Otan acordaram na cúpula de Gales de 2014 destinar em uma década 2% de seu PIB à despesa militar, o que se tornou a principal exigência de Donald Trump aos aliados.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, indicou que a Aliança é formada por 29 países e existem, "às vezes", diferenças e desacordos.

"Mas a força da Otan é que, apesar dessas diferenças, sempre fomos capazes de nos unir", comentou.

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