Merkel se opõe a ideia do ministro do Interior, Horst Seehofer, de fechar as fronteiras para pôr fim à crise migratória (Kevin Lamarque/Reuters)
EFE
Publicado em 18 de junho de 2018 às 11h35.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se referiu nesta segunda-feira à atual crise no governo da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, por suas políticas migratórias e criticou a atitude europeia neste assunto por permitir uma mudança "radical" da sua cultura.
"O povo alemão está dando as costas a seus governantes enquanto a imigração está sacudindo a frágil coalizão de Berlim. A criminalidade na Alemanha está subindo. Um grande erro por parte de toda a Europa aceitar a milhões de pessoas que radical e violentamente mudaram sua cultura", escreveu Trump em sua conta no Twitter.
The people of Germany are turning against their leadership as migration is rocking the already tenuous Berlin coalition. Crime in Germany is way up. Big mistake made all over Europe in allowing millions of people in who have so strongly and violently changed their culture!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) June 18, 2018
O presidente americano se referia à tensa situação do Executivo alemão, após o ministro do Interior, Horst Seehofer, ter expressado nos últimos dias sua inclinação a favor de fechar as fronteiras para pôr fim à crise migratória.
Esta possibilidade provocou uma grave crise institucional em Berlim, onde Merkel governa com o apoio de uma coalizão conservadora integrada, entre outros, pela União Social-Cristã (CSU), da qual Seehofer faz parte.
Merkel defende que a solução para o problema da crise de refugiados saia de Bruxelas, através de um acordo entre todos os Estados membros da União Europeia.
We don’t want what is happening with immigration in Europe to happen with us!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) June 18, 2018
"Não queremos que o que está acontecendo na Europa com a imigração aconteça conosco!", disse o presidente americano.
Essas tensões não são novas na Alemanha, que recebeu 1,3 milhões de refugiados desde 2015. No entanto, a fragmentação do governo, formado há apenas quatro meses graças a uma coalizão entre partidos muito díspares, enfraqueceu a posição de Merkel e pôs em risco suas políticas migratórias.