Mundo

Trump confirma que não vai cooperar com investigação do impeachment

Presidente americano enviou carta à Nancy Pelosi explicando a posição que irá adotar no processo que apura se houve pressão sobre a Ucrânia

Trump: presidente americano afirmou que não vai colaborar para inquérito de impeachment contra ele (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: presidente americano afirmou que não vai colaborar para inquérito de impeachment contra ele (Kevin Lamarque/Reuters)

E

EFE

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 21h07.

Washington — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta terça-feira (8) que não planeja cooperar na investigação sobre o processo de impeachment aberto pelo Congresso.

O advogado da Casa Branca, Pat Cipollone, enviou em nome de Trump uma carta à presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, na qual explica a posição que o presidente irá adotar no processo que apura se houve pressão sobre a Ucrânia para investigar o ex-vice-presidente Joe Biden.

"Dado que a investigação carece de qualquer base constitucional legítima, de qualquer pretensão de justiça e das proteções ao devido processo mais elementares, não se pode esperar que o Executivo participe dela", escreveu Cipollone no documento.

"O presidente Trump não pode permitir que seu governo participe desta investigação partidária sob essas circunstâncias", acrescentou o advogado.

A carta poderia dar munição à parte da oposição, que já insinua que Trump pode sofrer impeachment não só por pressionar a Ucrânia, mas também por não permitir que a investigação do caso avance. Para alguns dos democratas, a falta de cooperação da Casa Branca pode ser encarada como uma tentativa de obstrução à Justiça.

O documento foi divulgado horas depois de Trump ter bloqueado o depoimento do embaixador dos EUA na União Europeia (UE), Gordon Sondland, considerado como uma das testemunhas-chave do caso.

Por esse motivo, a carta seria uma espécie de confirmação de que o bloqueio não foi isolado e que a Casa Branca planeja não cooperar com a investigação, uma postura que já tinha sido antecipada pelo advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani.

Para negar as convocações feitas pelos democratas, a Casa Branca argumenta que as investigações foram abertas antes de o processo de impeachment ser aprovado no plenário da Câmara de Representantes.

Além disso, o governo acusa a oposição de negar a Trump o direito ao devido processo, já que os advogados do presidente não puderam até o momento chamar testemunhas para defendê-lo.

"(Essa investigação) viola a Constituição, a legalidade e todos os precedentes do passado", afirmou o advogado da Casa Branca.

Cipollone se mostrou aberto a mudar de postura se os democratas alterarem os "parâmetros" da investigação, mas evitou definir uma condição clara que levaria Trump a começar a cooperar com o Congresso.

Além de Pelosi, a carta também foi enviada aos presidentes dos comitês mais envolvidos na investigação contra Trump, os de Inteligência, Relações Exteriores e Supervisão, liderados respectivamente pelos democratas Adam Schiff, Eliot Engel e Elijah Cummings.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)Impeachment

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado