Donald Trump, presidente eleito dos EUA, participa remotamente de audiência em que foi condenado por fraude em pagamentos à ex-atriz pornô Stormy Daniels. (Ting Shen/AFP)
Redator na Exame
Publicado em 13 de janeiro de 2025 às 11h04.
Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, foi condenado na última sexta-feira, 10, por falsificar registros financeiros relacionados a pagamentos feitos à ex-atriz pornô Stormy Daniels. Esses pagamentos visavam silenciar alegações de um caso extraconjugal. A sentença, proferida pelo juiz Juan Merchan no tribunal de Nova York, confirmou 34 acusações de crimes graves, mas não resultará em prisão ou multa para Trump. As informações são da AP.
A condenação, no entanto, não será sem consequências. Trump terá crimes graves em seu registro criminal, o que implica uma série de restrições legais e sociais. Entre as mais significativas, estão a proibição de possuir armas de fogo e a obrigação de fornecer uma amostra de DNA para o banco de dados criminal do estado de Nova York.
Trump ainda poderá exercer seu direito ao voto, uma vez que está registrado no estado da Flórida. Apesar de a legislação da Flórida proibir pessoas condenadas por crimes graves de votar, esse direito é restaurado após o cumprimento da sentença, o que não inclui a prisão no caso de Trump. Além disso, como sua condenação ocorreu em Nova York, o estado de origem da pena não interfere diretamente em seus direitos eleitorais na Flórida.
Uma das restrições mais significativas da condenação é a proibição de possuir armas de fogo, conforme estabelecido pela lei federal dos Estados Unidos. Esse é um impacto direto da classificação de sua condenação como crime grave. A legislação americana considera essa restrição uma medida essencial para reduzir os riscos associados a crimes violentos.
Trump também será obrigado a fornecer uma amostra de DNA para o banco de dados criminal de Nova York. Essa medida, exigida por lei para todos os condenados por crimes graves no estado, é usada para auxiliar em investigações de crimes futuros e resolver casos pendentes. O processo de coleta é simples e não invasivo, envolvendo um cotonete para coletar material genético da parte interna da bochecha.
Mesmo com a condenação, não há impedimentos legais para que Trump exerça o cargo de presidente. A legislação federal não proíbe que uma pessoa condenada por crimes graves ocupe a Presidência.
Como presidente, Trump terá acesso a um passaporte diplomático, permitindo que ele viaje internacionalmente para compromissos oficiais e pessoais. Contudo, países como Canadá, Reino Unido e Israel possuem restrições para visitantes com antecedentes criminais. Isso poderia limitar sua mobilidade internacional e afetar sua agenda diplomática.
A única maneira de Trump eliminar essa condenação de seu registro seria por meio de um perdão concedido pela governadora de Nova York, Kathy Hochul. No entanto, essa possibilidade é remota, já que Hochul, democrata, enfatizou que o processo de perdão exige elementos como demonstração de remorso, algo que Trump não apresentou. O presidente não poderá perdoar a si mesmo, pois o crime foi julgado pela Justiça estadual, e não pela federal.