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Trump chama imigrantes ilegais de animais e promete deportar em massa

Trump afirmou que a fraca legislação, a qual chamou de mais burra do mundo, faz com que os imigrantes deportados retornem com facilidade aos EUA

Trump: o presidente americano chamou os membros da gangue MS-13 de animais durante reunião com autoridades da Califórnia (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: o presidente americano chamou os membros da gangue MS-13 de animais durante reunião com autoridades da Califórnia (Kevin Lamarque/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 17 de maio de 2018 às 09h25.

O presidente Donald Trump voltou a reafirmar que fará deportações em larga escala de imigrantes indocumentados. Durante uma reunião com autoridades da cidade da Califórnia, Trump causou polêmica ao chamar de "animais" um grupo de imigrantes ilegais membros da gangue Mara Salvatrucha "MS-13", organização criminosa que surgiu em Los Angeles nos anos 1980 e que hoje atua internacionalmente, com ramos em diversas partes dos Estados Unidos, Canadá, México, e América Central.

"Temos muitas pessoas que entram ou que tentam entrar em nosso país [...], estamos impedindo inúmeros deles de entrar e removendo muitos dos que já estão aqui". O comentário de Trump foi feito no contexto em que ele dizia que são pessoas más.

"Você não acreditaria o quão ruim são essas pessoas. Não são as pessoas, são animais ... E nós estamos tirando-as para fora do país em um nível nunca visto ", disse. A gangue MS-13 é composta, em sua maioria, por imigrantes latinos vindos da América Central, principalmente de El Salvador.

Trump afirmou que, devido à falta de uma legislação eficaz, estes imigrantes voltam rapidamente. "Por causa das leis fracas, eles voltam rápido, nós os detivemos, os libertamos, os interceptamos de novo, depois os deportamos de novo", falou e avisou: "´É uma loucura, temos as leis de imigração mais burras do mundo e nós vamos cuidar disso".

Na reunião, que teve a presença do procurador-geral, Jeff Sessions; do secretário de Segurança Nacional, Kirstjen Nielsen; do diretor de Imigração e Alfândega (ICE), Thomas Homan; e de representantes e das chamadas cidades-santuário - aquelas que se opõem às ações mais rigorosas contra indocumentados.

Trump lembrou do caso de Kate Steinle, uma jovem norte-americana assassinada por um jovem indocumentado que já tinha sido deportado cinco vezes.

Estado-santuário

A Califórnia foi declarada, em outubro do ano passado, um estado-santuário pelo governo local, que se opõe de maneira direta à política migratória de Trump. Nova York, Chicago, Seattle, Austin, Boston, Houston, San Francisco, Denver e Miami estão entre as consideradas cidades santuário.

Nelas, as autoridades locais têm se recusado a cooperar com agentes de imigração em casos de deportação.

Na Califórnia por exemplo, foram aprovadas medidas que limitam ou proíbem a cooperação a policial e oficiais de imigração. Durante a reunião, Trump, Jeff Sessions e representantes da imigração afirmaram que a limitação em vigor no estado acaba por interferir na segurança das cidades, porque impede a obtenção de informações importantes, que poderiam ajudar na prisão de criminosos que atuam dentro das comunidades ilegais.

Os membros da equipe de Trump criticaram, na reunião, a aplicação de leis locais de proteção aos imigrantes indocumentados em cidades santuário.

Mas autoridades das cidades santuário afirmam que o combate à criminalidade não se resolve com deportações em massa, o que provocaria em realidade uma crise de mão de obra em vários setores, como agricultura, serviços e construção civil.

Pelo Twitter o governador da Califórnia, Jerry Brown, reagiu à declaração de Trump sobre aumentar a deportação de imigrantes ilegais. "Trump está mentindo sobre a imigração, a criminalidade e a lei da Califórnia... Nós, os habitantes da quinta maior economia do mundo, não estamos preocupados", afirmou.

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