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Trump faz maior corte de reservas ambientais da história dos EUA

Medida foi elogiada pelos conservadores do estado e duramente condenada por ambientalista

Donald Trump: presidente ordenou uma redução substancial de duas reservas nacionais protegidas pelo governo federal (Kevin Lamarque/Reuters)

Donald Trump: presidente ordenou uma redução substancial de duas reservas nacionais protegidas pelo governo federal (Kevin Lamarque/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 08h18.

Última atualização em 5 de dezembro de 2017 às 09h53.

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, determinou, nessa segunda-feira (4), a maior redução de reservas protegidas da história do país, com o corte de mais de 9.200 quilômetros de dois parques em Utah.

A medida foi elogiada pelos conservadores do estado e duramente condenada por ambientalistas. A informação é da Agência EFE.

Em uma visita a Salt Lake City (Utah), Trump ordenou uma redução substancial de duas reservas nacionais protegidas pelo governo federal, durante os governos dos antecessores democratas na presidência, Barack Obama (2009-2017) e Bill Clinton (1993-2001).

"Vim para Utah adotar uma medida histórica para reverter o excesso (do governo) federal e restaurar os direitos dos cidadão sobre essa terra", disse Trump em discurso.

O presidente reduziu em cerca de 85% o território da Bears Ears, uma extensa área de proteção criada por Obama no ano passado. Já o Grand Staircase-Escalante, um parque protegido em 1996 por Clinton, perdeu quase 46% de sua superfície.

Os parques são considerados monumentos nacionais: áreas terrestres ou marinhas protegidas que, ao contrário dos parques nacionais, podem ser criadas sem a aprovação do Congresso, por meio de uma simples ordem do presidente, segundo lei de 1906.

Trump avaliou que os antecessores "abusaram" dessa lei e que isso prejudicou os moradores de Utah, ao decidirem sobre a melhor forma de utilizar esses territórios protegidos pelo governo federal.

"Esses abusos da lei deram enorme poder a burocratas em terras distantes, às custas do povo que verdadeiramente vive e trabalha aqui", afirmou o presidente.

O objetivo da Casa Branca é abrir o território, que antes estava protegido, para facilitar o uso público de estradas, além de promover nos locais a "caça e a pesca saudáveis", afirmou o secretário de Interior dos EUA, Ryan Zinke.

O Grand Staircase-Escalante tem jazidas de carvão, mas Zinke negou qualquer relação entre a redução da área e interesses da indústria de energia.

Bears Ears, por sua vez, passará dos 6.075 quilômetros quadrados para apenas 817 quilômetros quadrados. Além disso, a área será dividida em duas regiões, isoladas uma da outra.

Já o Grand Staircase-Escalante passará de quase 8.100 quilômetros protegidos para 4.050 quilômetros, divididos em três áreas.

A medida foi criticada por várias organizações de defesa do meio ambiente, uma delas a Fundação para a Conservação de Terras, que planeja entrar na Justiça para reverter a decisão de Trump.

A expectativa é de que as cinco tribos que pressionaram o governo para conseguir a proteção federal de Bears Ears também processem o governo de Trump para manter o status da área.

Um dos principais grupos de defesa do meio ambiente dos EUA, Sierra Club, disse que o anúncio de Trump é uma vergonha.

"É um insulto à soberania das tribos, aos séculos de herança hispânica e às pessoas de todo o país que amam e se preocupam com as paisagens naturais", destacou o grupo em comunicado.

"Mais uma vez, o governo Trump vendeu o público americano e seus locais especiais só para beneficiar a elite dos combustíveis fósseis", disse, em nota, o diretor executivo do Sierra Club, Michael Brune.

Por outro lado, a medida foi elogiada por políticos republicanos no estado, que fizeram firme oposição à decisão de Obama de declarar Bears Ears monumento nacional.

"O presidente Trump nos ouviu. Não somos um estado menor", disse o líder da Câmara de Representantes de Utah, o republicano Greg Hughes.* É proibida a reprodução total ou parcial desse material.

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