Mundo

Trump apoia lei para mais sanções contra Rússia, diz Casa Branca

Casa Branca tinha se oposto a uma versão anterior do projeto, devido sobretudo ao fato de que o plano limitava a capacidade de Trump de suspender sanções

Donald Trump: porta-voz diz que o governo de Trump "apoia ser duro com a Rússia e, em particular, impor estas sanções" (Michael Reynolds/Pool/Getty Images)

Donald Trump: porta-voz diz que o governo de Trump "apoia ser duro com a Rússia e, em particular, impor estas sanções" (Michael Reynolds/Pool/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 23 de julho de 2017 às 12h21.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apoia um projeto de lei anunciado ontem pelas duas câmaras do Congresso americano para aumentar as sanções à Rússia, devido em parte à sua suposta ingerência nas eleições do país, disse neste domingo a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.

"Apoiamos o projeto de lei tal e como está agora", afirmou Sanders em uma entrevista à emissora de televisão "ABC News".

A Casa Branca tinha se oposto a uma versão anterior do mesmo projeto, devido sobretudo ao fato de que o plano limitava a capacidade de Trump de suspender as sanções à Rússia.

O novo projeto de lei, que inclui também novas sanções ao Irã e à Coreia do Norte, mantém esse limite: se Trump quiser suspender as restrições ou fazer mudanças "significativas" na política para a Rússia, deverá informar ao Congresso e este teria 30 dias para decidir se lhe permite fazê-lo.

O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, também advertiu no mês passado que aumentar as sanções a Moscou complicaria seu esforço para endireitar as relações com a Rússia, e instou os legisladores a dar "flexibilidade" a Trump para desenvolver sua política exterior.

No entanto, Sanders assegurou hoje que o governo de Trump "apoia ser duro com a Rússia e, em particular, impor estas sanções".

"A legislação original estava mal concebida, mas pudemos trabalhar com a Câmara de Representantes e o Senado, e a Administração está satisfeita de ter podido fazer isso e ter feito mudanças que eram necessárias", destacou a porta-voz.

"Seguiremos trabalhando com a Câmara e o Senado para impor essas duras sanções à Rússia até que se resolva a situação na Ucrânia, algo que, por enquanto, não ocorreu ", acrescentou.

O novo texto, que será votado na terça-feira na Câmara e pouco depois no Senado, imporia sanções à Rússia não só pela sua interferência nas eleições presidenciais de 2016, mas também por sua atividade militar no leste da Ucrânia e sua anexação da península ucraniana da Crimeia em 2014.

A lei sancionaria ainda os russos implicados em violações de direitos humanos, responsáveis de ciberataques e indivíduos que tenham fornecido armas ao regime sírio de Bashar al Assad.

A votação será feita sob um procedimento expresso reservado para projetos de lei que contam com muito respaldo, e se espera que seja aprovado por uma maioria de dois terços em ambas câmaras, um apoio suficientemente amplo para invalidar qualquer veto que Trump pudesse decidir impor sobre a legislação.

A Casa Branca parece ter decidido que, ainda se Trump mantiver sua capacidade de veto, não lhe conviria fazê-lo em um momento em que há investigações abertas do FBI e do Congresso sobre os seus supostos laços com a Rússia.

Quanto ao Irã, o projeto de lei impõe sanções financeiras e proíbe a entrada nos EUA de pessoas implicadas no programa de mísseis balísticos de Teerã e daqueles que negociem com eles.

A lei também obrigaria o governo americano a aplicar sanções à Guarda Revolucionária do Irã por seu "apoio do terrorismo" e a sancionar violadores de direitos humanos.

Por último, o projeto proibiria a entrada nos Estados Unidos de bens produzidos graças a trabalhos forçados na Coreia do Norte, e vetaria a chegada a portos americanos de barcos norte-coreanos ou provenientes de países que não implementem as resoluções da ONU contra Pyongyang.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpLegislaçãoRússia

Mais de Mundo

Donald Trump anuncia Elon Musk para departamento de eficiência

Trump nomeia apresentador da Fox News como secretário de defesa

Milei conversa com Trump pela 1ª vez após eleição nos EUA

Juiz de Nova York adia em 1 semana decisão sobre anulação da condenação de Trump