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Trump anuncia 'maior acordo comercial já feito' com o Japão, incluindo tarifas de 15%

Em um comunicado na rede social Truth Social, o republicano afirmou que o acordo envolve investimentos de US$ 550 bilhões e que os EUA receberão "90% dos lucros"

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 22 de julho de 2025 às 20h35.

Última atualização em 22 de julho de 2025 às 21h03.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta terça-feira, 22, que os Estados Unidos concluíram um acordo comercial "gigantesco" com o Japão, que envolve tarifas recíprocas de 15%.

De acordo com um comunicado feito pelo republicano na rede social Truth Social, o entendimento envolve investimentos de US$ 550 bilhões e que os EUA receberão "90% dos lucros".

Trump também afirmou que o Japão "abrirá o país ao comércio, incluindo carros e caminhões, arroz e alguns outros produtos agrícolas, entre outros". O presidente dos EUA acrescentou que o acordo também criaria "centenas de milhares de empregos".

Veja a seguir a declaração de Trump

"Acabamos de concluir um acordo gigantesco com o Japão, talvez o maior acordo já feito. O Japão investirá, sob minha orientação, 550 bilhões de dólares nos Estados Unidos, que receberão 90% dos lucros. Esse acordo criará centenas de milhares de empregos — nunca houve nada parecido. Talvez o mais importante seja que o Japão abrirá seu país ao comércio, incluindo carros e caminhões, arroz e certos outros produtos agrícolas, entre outras coisas. O Japão pagará tarifas recíprocas de 15% aos Estados Unidos. Este é um momento muito empolgante para os Estados Unidos da América, especialmente pelo fato de continuarmos sempre a ter um ótimo relacionamento com o Japão. Obrigado por sua atenção a este assunto!"

Pressão comercial

O anúncio de Donald Trump ocorreu após uma reunião, realizada nesta terça-feira, com o principal responsável pelas negociações tarifárias do Japão, Ryosei Akazawa, na Casa Branca, conforme reportado pelo jornal japonês Asahi.

De acordo com a publicação, Akazawa também se encontrou com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e com o secretário do Tesouro, Scott Bessent.

Em sua carta enviada ao Japão no início deste mês, Trump ameaçou impor uma tarifa de 25% sobre as exportações do país para os EUA a partir de 1º de agosto, um ponto percentual acima da taxa de 24% anunciada durante suas tarifas do "Dia da Libertação" de 2 de abril.

Automóveis japoneses importados para os EUA já estão sujeitos a uma tarifa de 25%, em linha com os demais países. As exportações de automóveis para os EUA são um pilar da economia japonesa, representando 28,3% de todas as remessas em 2024, segundo informações da CNBC.

Mudanças no cenário político

O anúncio do acordo comercial com os EUA ocorre poucos dias após a coalizão governista do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, perder a maioria nas eleições para a câmara alta do país, neste domingo, 20, o que gerou preocupações de que a posição de negociação do país pudesse ser prejudicada.

O partido Sanseito foi o destaque nas eleições do Japão ao conquistar 14 cadeiras na Câmara dos Conselheiros, o equivalente ao Senado brasileiro. A legenda, que havia garantido apenas um assento em 2022, agora é a terceira maior força entre os partidos de oposição.

Após o resultado das eleições, Ishiba havia afirmado que permaneceria como primeiro-ministro, mas o veículo de mídia japonês Yoimuri noticiou nesta manhã que ele decidiria se continuaria depois de avaliar o andamento das negociações tarifárias.

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