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Trump anuncia estratégia bélica para a segurança nacional

Trump prometeu um investimento de US$ 700 bilhões no exército em 2018, incluindo "um sistema de mísseis multicamadas"

Trump: "Os EUA serão melhores que nunca" (Carlos Barria/Reuters)

Trump: "Os EUA serão melhores que nunca" (Carlos Barria/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 18h50.

São Paulo - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje as diretrizes do seu governo para a segurança nacional do país, num tom patriótico, unilateralista e belicoso, citando os governos da China e da Rússia como obstáculos para a ambição de Washington de promover a influência, a prosperidade e o estilo de vida americanos no mundo.

Após defender medidas implementadas no primeiro ano de sua administração, bem como os avanços contra o extremismo e os militantes do Estado Islâmico no Oriente Médio, Trump prometeu um investimento de US$ 700 bilhões no exército em 2018, incluindo "um sistema de mísseis multicamadas", diante da ameaça nuclear apresentada pela Coreia do Norte.

O presidente sugeriu que será assertivo na implementação de sua política bélica para defender os interesses dos EUA no mundo e "estabelecer a paz através da força".

"Os EUA serão melhores que nunca. Não deixaremos que uma ideologia fraca seja um obstáculo para a paz".

"Propomos a modernização e a reconstrução plena do exército para criar empregos", disse o líder americano, acrescentando que haverá a reconstrução completa da infraestrutura do país.

Embora tenha defendido que as atividades militares dos EUA tenham sido "bem-sucedidas" no Oriente Médio, o presidente disse que paga milhões de dólares ao Paquistão e que o país asiático - que também é uma nação nuclearizada - precisa ajudar no combate ao extremismo.

Trump voltou a criticar seus adversário políticos dentro de casa, dizendo que eles "impuseram altos impostos" e teriam sido "negligentes com a Coreia do Norte numa época em que seria fácil resolver o problema". O presidente advoga há muitos anos por uma política mais dura contra os norte-coreanos, antes mesmo dos primeiros sinais de que Pyongyang dominava a fabricação de ogivas nucleares.

"O povo americano perdeu a confiança no governo e rejeita as falhas do passado", disse."A Coreia do Norte devia ser resolvida há muito tempo, mas será agora". "vamos 'desnuclearizar' a Coreia do Norte", completou.

A estratégia de segurança do presidente prevê a competição constante entre as nações, inverte leis ambientais do sucessor Barack Obama e afirma que os EUA defenderão, de maneira unilateral, sua soberania, mesmo que isso signifique a extinção dos acordos com outros países nas áreas de comércio, clima e imigração, que dominavam a política internacional dos EUA desde a Guerra Fria.

E o presidente reiterou sua retórica isolacionista: "Pedimos a construção do muro na fronteira com o México e restrição da imigração". "Vamos acabar com o sorteio de vistos". "Uma nação sem fronteiras não é uma nação". "Uma nação que não sabe ganhar uma guerra, não está preparada para evitar uma guerra".

Embora tenha feito criticas veladas aos russos e ao que chamou de abusos comerciais da China - como em questões de propriedade intelectual - Trump disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, "agradeceu o trabalho da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA, que evitou um ataque terrorista em São Petersburgo".

Minutos antes de anunciar o discurso de Trump, o vice-presidente americano, Mike Pence, disse que a prioridade de Trump é defender a segurança dos EUA e que, graças a ele, o Congresso vai aprovar "o maior corte de impostos" da história do país ainda nesta semana.

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