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Trump anuncia 'maior acordo já feito' com a União Europeia, com tarifas de 15%

Presidente dos Estados Unidos e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, se encontraram na Escócia para negociar tarifas

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, aperta a mão do presidente dos EUA, Donald Trump (Andrew Harnik/Getty Images)

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, aperta a mão do presidente dos EUA, Donald Trump (Andrew Harnik/Getty Images)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 27 de julho de 2025 às 14h48.

Última atualização em 27 de julho de 2025 às 15h13.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo que fechou um acordo comercial com a União Europeia e que aplicará tarifas de 15% sobre as exportações do bloco. A taxa substitui a alíquota de 30% que havia sido previamente anunciada pelo governo americano.

Trump esteve reunido na Escócia com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para concluir as negociações. Antes do encontro, ambos haviam declarado que havia “50% de chance” de se chegar a um entendimento.

"O acordo com a União Europeia é o maior já feito", comemorou Donald Trump durante coletiva de imprensa.

Trump afirmou que o bloco econômico investirá US$ 600 bilhões no país como parte do acordo comercial firmado. Segundo ele, US$ 150 bilhões serão destinados ao setor de energia, enquanto outra parcela será aplicada em equipamentos militares.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que o acordo é válido para todos os setores econômicos e “trará estabilidade e ajudará a reequilibrar o comércio entre os dois lados”.

Entre os pontos de divergência, Trump citou as barreiras impostas às exportações de automóveis e produtos agrícolas dos Estados Unidos para a Europa. O novo acordo deverá ser submetido à aprovação dos 27 Estados-membros do bloco europeu.

Questionado se as tarifas impostas à União Europeia poderiam ser “melhores do que 15%”, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, respondeu: “se melhor significa menor, não”. Ele afirmou ainda que o mercado europeu é “muito fechado”.

Trump declarou que, se o acordo ocorrer, essa será a etapa final das discussões tarifárias entre as duas partes. Ele acrescentou que os produtos farmacêuticos ficariam de fora das novas tarifas.

A presidente da Comissão Europeia afirmou à agência Reuters que qualquer acerto precisa ser “baseado na justiça e em um reequilíbrio”. Antes do encontro realizado na Escócia, ela classificou Trump como um “negociador duro” e reforçou que, se concretizado, o acordo será o maior já firmado pelas duas partes.

Pressão por abertura de mercados

Durante a coletiva de imprensa, antes da reunião com Ursula von der Leyen, Donald Trump afirmou que a União Europeia precisa abrir seus mercados para os produtos americanos. Ao comentar o desequilíbrio comercial entre as duas regiões, ele disse: “não vendemos carros ou produtos do agronegócio para a Europa. Eles vendem milhões de carros para os EUA”.

A presidente da Comissão Europeia concordou com a necessidade de ajustes e disse que “a UE é superavitária e precisa rebalancear os fluxos comerciais”.

O republicano indicou ainda que os produtos farmacêuticos podem ser tratados de forma separada do acordo em negociação com a União Europeia. A medida, segundo analistas, representaria um impacto significativo para o bloco, que esperava limitar tarifas sobre medicamentos, um dos principais itens exportados para os EUA. “Os produtos farmacêuticos são muito especiais”, afirmou.

Ele reforçou que Washington arrecada valores expressivos com as tarifas já aplicadas ao aço e ao alumínio – itens que a União Europeia tenta isentar das taxas. “Quem não quiser pagar nenhuma tarifa deve abrir uma fábrica nos EUA”, enfatizou.

Comércio bilateral e possíveis acordos

De acordo com a agência France Press, a relação comercial entre os EUA e a União Europeia movimenta cerca de US$ 1,9 trilhão (R$ 10,5 trilhões na cotação atual) anuais em bens e serviços. Caso Trump e von der Leyen alcancem um acordo, os termos precisarão ser aprovados pelos 27 Estados-membros do bloco, que devem se reunir ainda neste domingo em caso de sinal positivo.

Trump também disse que os EUA estão próximos de um acordo com a China e que Camboja e Tailândia manifestaram interesse em negociar tarifas comerciais com o país.

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