Mundo

Trump afirma que está "limpando" investigação sobre caso Rússia

O promotor especial Robert Mueller investiga a possível interferência russa nas eleições que elegeram Trump em 2016

Trump: Não estamos minando, estamos limpando tudo, afirmou o presidente sobre suas criticas sobre a investigação (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: Não estamos minando, estamos limpando tudo, afirmou o presidente sobre suas criticas sobre a investigação (Kevin Lamarque/Reuters)

E

EFE

Publicado em 23 de maio de 2018 às 16h05.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, argumentou nesta quarta-feira que os ataques feitos por ele ao Departamento de Justiça e ao FBI têm como objetivo "limpar" a investigação sobre o caso Rússia e não enterrar o trabalho feito pelo promotor especial Robert Mueller.

As afirmações do presidente foram uma resposta aos que consideram que ele está tentando minar a investigação sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016 ao denunciar, sem provas, que o FBI espionou sua campanha e ao convocar uma reunião sobre o tema sem a presença de nenhum representante da oposição democrata.

"Não estamos minando, estamos limpando tudo", afirmou Trump aos jornalistas na Casa Branca antes de viajar para um evento sobre imigração em Nova York.

"Era uma situação terrível. O que estamos fazendo é limpar tudo. O que estou fazendo é um serviço para este país. Fiz um grande serviço a este país quando demiti James Comey", disse Trump, citando o ex-diretor do FMI que foi tirado do cargo por ele no ano passado.

Historicamente, o Departamento de Justiça e o FBI operam sem a influência política da Casa Branca, não permitindo que os presidentes tenham envolvimento nas investigações.

Ao longo do último fim de semana, Trump reiterou as acusações sobre espionagem em sua campanha, pondo os dois órgãos em situação complicada ao exigir do Departamento de Justiça uma investigação para determinar se o FBI o vigiou por "motivos políticos".

O vice-procurador-geral dos EUA e responsável por supervisionar a investigação sobre o caso Rússia, Rod Rosenstein, determinou horas depois da exigência de Trump a abertura de um processo interno para apurar se houve alguma ação contra a campanha do presidente.

Segundo a imprensa americana, o FBI teve um informante ligado à campanha de Trump em 2016, o professor Stefan A. Halper. No entanto, ele não se infiltrou na campanha, só manteve contatos superficiais com três assessores do então candidato republicano, com o objetivo de buscar informações para esclarecer a ainda incipiente investigação sobre a interferência da Rússia nas eleições.

Apesar disso, Trump reitera que houve espionagem e batizou o escândalo como "Spygate" no Twitter. Segundo o presidente, funcionários das agências federais atuam nas "profundezas do Estado" para prejudicá-lo.

"Nunca houve nada como isso na história do nosso país. Espero que não seja verdade, mas parece que é", disse Trump aos jornalistas.

"O que eu quero de Rod (Rosenstein), do FBI, de todo mundo, é transparência total", completou o presidente.

Um dos principais aliados de Trump no Congresso, o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes, o republicano Devin Nunes, está há semanas exigindo documentos sobre o informante.

O Departamento de Justiça afirmou que não poderia repassar esses documentos porque isso prejudicaria operações de segurança.

No entanto, após a pressão de Trump, o Departamento de Justiça e o FBI decidiram receber Nunes e o também congressista republicano Trey Gowdy para revisar esses documentos.

Os democratas denunciaram que a ausência de membros do partido nesta reunião prova que Trump está politizando o tema e usando a suposta espionagem para desacreditar a investigação de Mueller.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEleições 2016Rússia

Mais de Mundo

Musk critica caças tripulados como o F-35 — e exalta uso de drones para guerras

Líder supremo do Irã pede sentença de morte contra Netanyahu

Hezbollah coloca Tel Aviv entre seus alvos em meio a negociações de cessar-fogo

Israel e Hezbollah estão a poucos dias de um cessar-fogo, diz embaixador israelense nos EUA