Trump: "os mais altos dirigentes do FBI e do departamento de Justiça politizaram o sagrado processo de investigação a favor dos democratas" (Joshua Roberts/Reuters)
AFP
Publicado em 2 de fevereiro de 2018 às 11h34.
O presidente Donald Trump acusou nesta sexta-feira o FBI e o departamento de Justiça de terem politizado as investigações a favor de seus adversários democratas.
"Os mais altos dirigentes do FBI e do departamento de Justiça politizaram o sagrado processo de investigação a favor dos democratas e contra os republicanos", tuitou Trump, se definir em sua denúncia a que época fazia referência.
"Isso teria sido impensável há pouco tempo", acrescentou, elogiando, no entanto, o trabalho de agentes que são "fantásticos".
The top Leadership and Investigators of the FBI and the Justice Department have politicized the sacred investigative process in favor of Democrats and against Republicans - something which would have been unthinkable just a short time ago. Rank & File are great people!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) February 2, 2018
Trump citou o atual secretário de Justiça, Jeff Sessions, bem como o atual diretor do FBI, Christopher Wray, que substituiu James Comey, demitido abruptamente pelo presidente.
Esta declaração aberta contra funcionários do FBI, muito rara por parte de um presidente dos Estados Unidos, se produz em um momento em que Trump se prepara para autorizar a publicação de um memorando confidencial redigido por um polêmico legislador republicano para constranger o FBI.
O diretor do FBI já indicou claramente que não era favorável a essa publicação.
O memorando - inédito - foi elaborado pelo polêmico chefe do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, o republicano Devin Nunes, contra a opinião dos membros democratas de sua comissão e a partir de informações secretas.
Esse relatório baseia-se nas escutas que o FBI realizou de um membro da equipe de campanha eleitoral de Trump em 2016, no marco geral das investigações sobre a alegada interferência da Rússia nas eleições presidenciais daquele ano.
Nunes pediu permissão ao presidente para tornar o documento público, mas o gesto imediatamente desencadeou uma verdadeira tempestade política na capital americana, a ponto de o próprio FBI pedir publicamente que o memorando fosse mantido em sigilo.