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Trump acusa aliados da Otan e diz que devem quantias "gigantes"

Trump disse que certos países-membros devem "quantias gigantes de dinheiro" aos EUA e à Otan - mesmo que contribuições aliadas sejam voluntárias

Trump: ele disse que os EUA "nunca irão abandonar os amigos que ficaram ao nosso lado" (Jonathan Ernst/Reuters)

Trump: ele disse que os EUA "nunca irão abandonar os amigos que ficaram ao nosso lado" (Jonathan Ernst/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de maio de 2017 às 20h13.

Bruxelas - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou nesta quinta-feira suas acusações de que aliados da aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não estão gastando o suficiente com defesa e alertou sobre mais ataques como o ataque a bomba nesta semana em Manchester caso a aliança não faça mais para impedir militantes.

Em afirmações inesperadamente abruptas em um momento em que líderes da Otan estavam ao seu lado, Trump disse que certos países-membros devem "quantias gigantes de dinheiro" aos EUA e à Otan - mesmo que contribuições aliadas sejam voluntárias.

Seus comentários contrastaram com os esforços coreografados da Otan para mostrar a união do Ocidente ao convidar Trump para inaugurar um memorial na nova sede da Otan em Bruxelas em homenagem aos ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA.

"O terrorismo deve ser parado, ou o horror que vocês viram em Manchester e muitos outros lugares irá continuar para sempre", disse Trump, se referindo ao ataque a bomba na segunda-feira na cidade inglesa que deixou 22 mortos, incluindo crianças.

"Estas graves preocupações de segurança são a mesma razão pelas quais eu tenho sido muito, muito direto... ao dizer que membros da Otan precisam finalmente contribuir com suas parcelas justas", disse Trump.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, defendeu Trump, dizendo que embora tenha sido "brusco", ele teve "uma mensagem muito simples e clara das expectativas" sobre aliados.

Mas um diplomata sênior disse que Trump, que deixou o jantar dos líderes antes do fim para voar à Itália para cúpula do Grupo dos Sete na sexta-feira, falou que os comentários não caíram bem.

"Este não era o local ou momento certo", disse o diplomata sobre o discurso público. "Fomos deixados sem nada, mas tentando demonstrar otimismo".

Em outra reviravolta inesperada, Trump pediu à Otan, uma organização fundada em defesa coletiva contra a ameaça soviética, para incluir limitação da imigração em suas tarefas.

E Trump disse que os Estados Unidos "nunca irão abandonar os amigos que ficaram ao nosso lado", mas líderes da Otan esperavam que ele fosse apoiar mais explicitamente as regras mútuas de defesa de uma aliança militar que chamou de "obsoleta" durante sua campanha eleitoral.

Em vez disto, ele voltou à uma queixa sobre a queda nos gastos com Defesa da Europa desde o fim da Guerra Fria e não se comprometeu publicamente com a regra do Artigo 5º, que fundou a Otan, que estipula que um ataque contra um aliado é um ataque contra todos os outros.

"Vinte e três dos 28 países-membros não estão pagando o que deveriam estar pagando pela defesa", disse Trump, ao lado de um pedaço dos destroços das Torres Gêmeas.

"Isto não é justo com o povo e os contribuintes dos Estados Unidos, e muitas destas nações devem gigantes quantidades de dinheiro dos anos passados", disse Trump à medida que outros líderes observavam.

Nicholas Burns, ex-diplomata e embaixador na Otan de 2001 a 2005 e atualmente professor de Harvard, disse que todos os presidentes norte-americanos desde Harry Truman prometeram apoio ao Artigo 5º e que os EUA irão defender a Europa.

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, disse que Trump está "100 por cento" comprometido com a defesa coletiva. "Não estamos brincando com isto. Ele está totalmente comprometido", disse Spicer.

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