Donald Trump: aliados querem mudança na Constituição para viabilizar novo mandato (Jim WATSON/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 08h59.
Última atualização em 24 de janeiro de 2025 às 10h03.
Quatro dias após Donald Trump assumir seu segundo mandato na Casa Branca, aliados do presidente americano já começaram a pensar no longo prazo. O deputado republicano Andy Ogles, do estado do Tennessee, apresentou uma resolução conjunta para alterar a 22ª Emenda da Constituição dos EUA, que atualmente proíbe que qualquer pessoa cumpra mais de dois mandatos no principal cargo da política americana. Em caso de aprovação, a medida permitiria que Trump voltasse a concorrer nas próximas eleições.
A Constituição americana estabelece que "nenhuma pessoa pode ser eleita para o cargo de presidente mais de duas vezes". A proposta de emenda de Ogles sugere modificar esse trecho para: "nenhuma pessoa será eleita para o cargo de presidente mais de três vezes, nem será eleita para qualquer mandato adicional após ser eleita para dois mandatos consecutivos". Essa mudança beneficiaria Trump, que não teve mandatos consecutivos por ter sido derrotado por Joe Biden em 2020.
“A liderança decisiva do presidente Trump contrasta fortemente com o caos, o sofrimento e o declínio econômico que os americanos têm sofrido nos últimos quatro anos. Ele provou ser a única figura na história moderna capaz de reverter a decadência da nossa nação e restaurar a América à grandeza, e ele deve ter o tempo necessário para atingir esse objetivo”, afirmou Ogles na quinta-feira, 23.
Segundo o deputado, o projeto foi pensado diretamente para Trump, permitindo que ele cumpra três mandatos. O objetivo seria garantir a continuidade de sua “liderança ousada”.
Apesar da limitação constitucional atual e da idade avançada — Trump teria 82 anos em caso de uma nova reeleição —, o presidente flertou com a possibilidade de um terceiro mandato após a vitória no ano passado. Em seu primeiro retorno à Casa Branca, em novembro, para uma cerimônia de início da transição de governo, o republicano sugeriu que poderia voltar a se candidatar no futuro.
"Suspeito que não voltarei a me candidatar, a menos que vocês digam: 'Ele é tão bom que precisamos descobrir outra solução'", declarou diante da multidão de apoiadores, em um encontro com republicanos no Congresso, antes da cerimônia com Biden. Ele foi aplaudido de pé pela liderança do partido.
Em seus primeiros dias a frente do governo americano, Trump assinou uma série de decretos, alterando profundamente as diretrizes da era Biden em relação a política migratória, sustentabilidade e vários outros temas de repercussão entre a base republicana, sobretudo àquela ligada ao movimento "Make America Great Again".
"O presidente Trump mostrou repetidamente que sua lealdade está com o povo americano e nossa grande nação acima de tudo. Ele está dedicado a restaurar a república e salvar nosso país, e nós, como legisladores e como estados, devemos fazer tudo ao nosso alcance para apoiá-lo", concluiu Ogles, na justificativa da medida.