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Tropas sírias avançam sobre redutos rebeldes em Aleppo

As forças do presidente Bashar al Assad atacaram nesta quarta-feira redutos rebeldes em Aleppo, numa de suas maiores ofensivas terrestres

Sírios protestam no bairro Shaar, em Aleppo: Assad precisa vencer a batalha de Aleppo para reafirmar sua autoridade em nível nacional (Pierre Torres/AFP)

Sírios protestam no bairro Shaar, em Aleppo: Assad precisa vencer a batalha de Aleppo para reafirmar sua autoridade em nível nacional (Pierre Torres/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2012 às 22h15.

Aleppo - Tropas e rebeldes sírios lutavam noite adentro nesta quarta-feira pelo controle da cidade de Aleppo, a maior do país, enquanto o Irã se prepara para receber em uma conferência chanceleres de outras nações que apoiam o governo da Síria.

As forças do presidente Bashar al Assad atacaram nesta quarta-feira redutos rebeldes em Aleppo, numa de suas maiores ofensivas terrestres desde que os insurgentes capturaram partes da cidade, há três semanas. Mais tarde, os dois lados apresentaram relatos conflitantes sobre sua situação.

Assad precisa vencer a batalha de Aleppo para reafirmar sua autoridade em nível nacional, embora a mobilização militar para essa ofensiva tenha desguarnecido vastas áreas do norte do país que acabaram sendo ocupadas por rebeldes.

Potências ocidentais, a Turquia e governos árabes sunitas demonstram simpatia pelos rebeldes, mas não intervêm militarmente. A Rússia mantêm seu apoio diplomático a Assad, e impede que o Conselho de Segurança da ONU aprove qualquer resolução prejudicial ao seu regime, ao passo que o Irã tenta também ajudar seu aliado Assad.

Na quinta-feira o Irã realiza uma conferência com o objetivo de buscar soluções para a crise síria. Não se sabe quais países participarão e potências ocidentais estão profundamente céticas quanto aos resultados do evento.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse que o encontro será uma oportunidade para "substituir os confrontos militares por abordagens políticas e locais para a resolução das disputas".


Um diplomata iraniano afirmou nesta semana que os participantes são países com uma "posição correta e realista" a respeito do conflito, o que indica que nenhuma nação favorável à oposição síria estará presente.

"O apoio da República Islâmica ao regime de Assad dificilmente será compatível com uma tentativa genuína de conciliação entre as partes", disse um diplomata ocidental em Teerã.

Outra fonte diplomática disse que o governo iraniano está tentando ampliar a base de apoio ao presidente sírio, Bashar al Assad.

Luta em Aleppo

Aleppo, capital econômica da Síria, esteve praticamente imune à crise durante a maior parte dos 17 meses de rebelião contra Assad. Nas últimas semanas, porém, a violência chegou com força à cidade.

"Recuamos, saiam daqui", gritou um solitário combatente rebelde aos jornalistas da Reuters que chegavam ao bairro de Salaheddine. Postos de controle dos arredores, que na última semana eram ocupados por combatentes rebeldes, haviam desaparecido.

A TV estatal disse que as forças do governo entraram em Salaheddine, matando a maioria dos rebeldes do bairro, e que também haviam levado sua ofensiva a outras partes de Aleppo.

Mas um porta-voz rebelde em Salaheddine, na entrada sul da cidade, negou que as tropas de Assad estejam totalmente no controle do bairro. "As forças sírias estão posicionadas em um lado de Salaheddine, mas não entraram, e os confrontos prosseguem", disse Abu Mohammed.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, grupo oposicionista com sede na Grã-Bretanha, afirmou que mais de 60 pessoas foram mortas nesta quarta-feira na Síria, inclusive 15 civis em Aleppo. A entidade estimou que 240 pessoas tenham sido mortas na terça-feira.

Imagens de satélite feitas entre 23 de julho e 1o de agosto e divulgadas pela Anistia Internacional mostram mais de 600 crateras, provavelmente causadas por disparos de artilharia, em Aleppo e arredores.

"A Anistia está preocupada com que a mobilização de armas pesadas em áreas residenciais em Aleppo e arredores leve a mais abusos contra os direitos humanos e a graves violações do direito internacional", disse a entidade, acrescentando que ambos os lados deveriam ser penalmente responsabilizados por não darem proteção aos civis.

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