Mundo

Tropas rebeldes tomam redutos pró-Kadafi, mas sofrem em Sirte

Apesar das vitórias nas cidades de Sebha e Wadan, forças do Conselho Nacional de Transição não conseguiram entrar em Sirte

Colunas de fumaça podiam ser vistas nas imediações de Sirte, onde intensos combates eram travados (Francisco Leong/AFP)

Colunas de fumaça podiam ser vistas nas imediações de Sirte, onde intensos combates eram travados (Francisco Leong/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2011 às 17h38.

Benghazi, Líbia - As forças do Conselho Nacional de Transição (CNT) tomaram nesta quinta-feira Sebha e Wadan, duas importantes cidades no deserto do sul da Líbia, mas sofreram muitas baixas na ofensiva contra Sirte, outro reduto de partidários do ex-líder Muamar Kadafi.

"Controlamos totalmente a cidade de Sebha. Todos, incluindo os pró-Kadafi, estão agora com a revolução", declarou à AFP Abdelmajid Seifenasr, líder local do CNT.

Segundo ele, quatro combatentes do novo regime e onze pró-Kadafi morreram durante os combates na cidade.

Sebha, 750 km ao sul de Trípoli, era um importante objetivo dos combatentes do CNT.

A cidade de Wadan, no deserto de Djofra, também foi "libertada". O CNT controla 70% da região, segundo Mustafá el Huni, líder local. No deserto estão localizadas as cidades de Wadan, Hun, Sokna e Zila.

Os pró-Kadafi bombardearam a cidade de Hun, tomada nesta quinta-feira pelas forças do novo regime, e deixaram dezenas de mortos e feridos, segundo testemunhas.

Já em Sirte (360 km ao leste de Trípoli), cidade natal de Kadafi onde ocorreram intensos combates, as tropas do CNT sofreram muitas baixas.

Desde a semana passada, ao menos 45 combatentes do CNT morreram e 200 outros ficaram feridos, informaram fontes médicas em Misrata, cidade situada 200 km a leste da capital Trípoli.

No dia 15 de setembro, com a ajuda dos bombardeios quase diários da Otan, os combatentes do novo regime conseguiram entrar em Sirte pelo oeste e pelo sul, mas os confrontos prosseguem na frente leste da cidade, onde forças leais a Kadafi mantêm uma inesperada resistência.

Em Sirte, "a maioria dos moradores apoia Kadafi", disse Zuber al-Gadir, porta-voz do Conselho Militar de Misratah.


Em Bani Walid, uma região de terreno acidentado, os combates foram retomados na terça-feira, mas as tropas do CNT, que estão a aproximadamente 20 km da cidade, têm dificuldades para avançar devido ao terreno e a uma grande presença de franco-atiradores.

"Um comboio do Programa Mundial de Alimentos distribuiu 137 toneladas de alimentos no domingo em Schmaij, para onde milhares de pessoas fugiram depois dos combates em Bani Walid", disse o porta-voz da organização.

A Otan decidiu nesta quinta-feira, como esperado, prolongar por três meses sua intervenção militar na Líbia. Iniciada em 31 de março, a missão já foi prolongada por 90 dias no dia primeiro de junho.

Muamar Kadafi, foragido desde a queda de Trípoli no final de agosto, teve suas palavras transmitidas por uma gravação apresentada pela rede árabe de televisão Arrai considerando os acontecimentos mais recentes como uma "farsa" e fazendo um apelo aos líbios para "não acreditarem na mudança de regime".

O chefe do CNT, Mustafá Abdul Jalil, de visita a Nova York, disse ao presidente Barack Obama que acredita que Kadafi ainda está na Líbia.

O número dois do CNT, Mahmud Jibril, também em Nova York, afirmou que a Líbia terá um novo governo formado "dentro de uma semana até dez dias no máximo".

Reconhecido pela ONU como representante do povo líbio, o CNT anunciou no dia 2 de setembro que deve liderar o país até as eleições de uma Assembleia Constituinte dentro de oito meses, antes das eleições gerais.

A União Africana, que durante muito tempo se mostrou reticente quanto ao CNT, finalmente reconheceu o órgão político do novo poder como representante legítimo da Líbia.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaGuerrasLíbiaPrimavera árabe

Mais de Mundo

Em novo ataque, Israel bombardeia pela primeira vez centro de Beirute

Oposição denuncia 'sequestro' do chefe de segurança de Maria Corina na Venezuela

Novos bombardeios israelenses no Líbano deixam quase 50 mortos no domingo

1 milhão de pessoas foram deslocadas no Líbano após ataques israelenses, estima premiê