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Triunfante, Merkel inicia dura tarefa de formar coalizão

Chanceler começou sua tentativa de convencer rivais da centro-esquerda a mantê-la no poder, mesmo após conservadores alcançarem melhor resultado em duas décadas

Chanceler alemã Angela Merkel é vista durante coletiva de imprensa após reunião de seu partido, em Berlim (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Chanceler alemã Angela Merkel é vista durante coletiva de imprensa após reunião de seu partido, em Berlim (Kai Pfaffenbach/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 16h24.

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, começou nesta segunda-feira a tentar convencer os rivais da centro-esquerda a mantê-la no poder, depois que os conservadores alcançaram seu melhor resultado nas urnas em mais de duas décadas, mas sem conseguir a maioria absoluta necessária para formar o governo.

Mesmo os adversários políticos da chanceler (primeira-ministra) reconheceram que Merkel, filha de um pastor da antiga Alemanha Oriental, foi a grande vitoriosa na primeira eleição no país desde o início da crise do euro, em 2010, que a alçou ao papel de principal líder da Europa.

Mas apesar de conduzir os conservadores a seu melhor resultado desde 1990 --com 41,5 por cento do votos e a apenas cinco cadeiras de conseguir pela primeira vez a maioria absoluta no Parlamento em mais de meio século-- Merkel teve pouco tempo para celebrar.

"Nós estamos, claro, abertos para conversações e eu já mantive um contato inicial com o líder do SPD (Partido Social-Democrata), que disse que o SPD deve primeiro realizar uma reunião de seus dirigentes, na sexta-feira", declarou Merkel à imprensa, acrescentando que não descarta a possibilidade de conversas com outros potenciais parceiros em uma coalizão.

Analistas dizem que a formatação de uma coalizão pode levar até dois meses, considerando os sinais dados pelo SPD, arqui-rival da Merkel, de que jogará duro na negociação para repetir a "grande coalizão" que ela liderou de 2005 a 2009. Aquele acordo funcionou bem para Merkel no seu primeiro mandato, mas custou ao SPD milhões de votos entre os eleitores de esquerda.

"Será uma estrada extremamente longa", disse o líder da ala esquerda do SPD, Ralf Stegner, que tem grandes reservas quanto a se tornar parceiro minoritário outra vez do partido de Merkel, os Cristão-Democrata (CDU), e seus aliados da Baviera, a União Social-Cristã (CSU).


O SPD, criado há 150 anos, pode ter ficado em segundo lugar, com seu segundo pior resultado no pós-guerra, mas sabe que Merkel tem de procurá-lo, já que seu atual parceiro na coalizão de centro-direita, o Partido Democrático-Liberal (FDP), não conseguiu votos suficientes para estar representado no Parlamento.

Um líder do SPD, falando sob a condição de manter o anonimato, fez quase uma piada ao dizer que teria sido melhor que Merkel obtivesse uma pequena maioria: "Isso teria sido a pior punição para ela: assumir sozinha a responsabilidade por tudo".

Negociações Duras

Mas na política alemã, na qual somente um primeiro-ministro do pós-guerra conquistou maioria absoluta de votos, o patriarca conservador Konrad Adenauer, em 1957, a complexa formação de uma coalizão já é um mal incorporado à vida política e poucos líderes se saem melhor do que Merkel na busca do consenso.

Sua liderança tranquila durante a crise do euro reforçou seu status como "Mutti" (mãe) da nação, mas ela contou com o apoio do SPD e dos Verdes para todos os pacotes de socorro à zona do euro.

Pesquisas mostram que a maioria dos eleitores alemães gostaria de ver uma outra "grande coalizão", bem como muitos parceiros da Alemanha na zona do euro, os quais esperam que o SPD suavize a posição dura de Merkel focada nas medidas de austeridade para países em situação difícil na zona do euro, como a Grécia.

Os títulos do governo alemão subiram no mercado, mas o euro ficou sob pressão diante da preocupação quanto ao tempo que levará para Merkel formar a nova coalizão de governo.

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