Processo: o recurso no Tribunal Administrativo de Paris questiona especialmente a decisão de não ordenar a intervenção dos militares da Força Sentinelle na sala de concertos Bataclan (Charles Platiau/Reuters)
EFE
Publicado em 4 de julho de 2018 às 11h31.
Última atualização em 4 de julho de 2018 às 11h35.
Paris - Diversas vítimas ou parentes dos afetados nos atentados jihadistas de 13 de novembro de 2015 em Paris denunciaram nesta quarta-feira o Estado pela suposta responsabilidade nesses ataques, ao considerar que houve erros na gestão dos mesmos.
A maior parte dos denunciantes é representada pela advogada Samia Maktouf, que indicou em declarações à emissora "BFM TV" que seus clientes "pedem respostas ao poder público" e "buscam a verdade".
O recurso no Tribunal Administrativo de Paris questiona especialmente a decisão de não ordenar a intervenção dos militares da Força Sentinelle na sala de concertos Bataclan.
Além disso, questiona a vigilância à qual tinham sido submetidos os terroristas, alguns já fichados e sob controle judicial.
O caso mais eloquente, segundo lembrou hoje a emissora "France Info", é o de Samy Amimour, um dos três terroristas suicidas que explodiu um colete que levava junto ao corpo dentro do Bataclan, que tinham passaporte retido e estava proibido de sair do território nacional.
Os litigantes pedem uma compensação de cerca de 20 mil euro cada um.
O recurso é similar ao apresentado pela família do militar Abel Chennouf, assassinado em 15 de março de 2012 perto de Toulouse pelo jihadista Mohammed Merah, que estava fichado dos serviços secretos.
Embora o Tribunal Administrativo de Nîmes, de primeira instância, tenha reconhecido em julho de 2016 a responsabilidade do Estado por não ter feito todo o possível para evitar o ataque, em abril de 2017 a Corte de Apelação de Marselha o desculpou ao considerar que não cometeu nenhuma "falta grave suscetível para ser visto como responsável".