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Tribunal tira da Copa jogador croata que deu grito fascista

Tribunal confirmou a suspensão imposta a zagueiro croata, que perderá a Copa por ter comemorado a classificação do seu país com gritos facistas

O zagueiro croata Josip Simunic: zagueiro já foi multado em 3.200 euros (Fernando Veludo/AFP)

O zagueiro croata Josip Simunic: zagueiro já foi multado em 3.200 euros (Fernando Veludo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2014 às 14h17.

Lausana - O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) confirmou nesta segunda-feira a suspensão por dez partidas imposta pela Fifa ao zagueiro croata Josip Simunic, que perderá a Copa do Mundo do Brasil por ter comemorado a classificação do seu país com gritos de teor fascista.

O jogador de 35 anos havia apresentado um recurso ao TAS contra a punição da Fifa, alegando que não tinha a intenção de ofender, mas apenas de "compartilhar suas emoções patrióticas com os torcedores depois de uma vitória importante".

No julgamento de 12 de dezembro, a comissão disciplinar da Fifa havia relatado que o jogador "entoou, com a multidão, um grito croata que era usado durante a Segunda Guerra Mundial pelo movimento fascista Ustacha", que chegou a colaborar com os nazistas.

Esse grito, segundo a entidade, "é discriminatório e atenta contra a dignidade de um grupo de pessoas, por motivos de raça, religião e origem".

No dia 19 de novembro, depois da vitória por 2 a 0 da Croácia sobre a Islândia que selou a classificação para a Copa, Simunic pegou um microfone do estádio e lançou três vezes este grito "Pela Pátria!", ao qual alguns torcedores respondiam "Prontos!"

O zagueiro, que atua no Dínamo de Zagreb, já foi multado em 3.200 euros pela justiça croata.

O TAS considerou que o grito foi uma referência inequívoca ao lema Ustacha e "precisa ser punido".

"Com essa decisão (de manter a punição), a Fifa considera que o TAS dá um forte e claro apoio aos esforços feitos para erradicar o racismo no futebol", reagiu a entidade que rege o futebol mundial em um comunicado.

O presidente da Federação Croata, o ex-atacante Davor Suker, lamentou a ausência do zagueiro na Copa, mas deixou claro que apoiava a decisão da Fifa e do TAS.

"A atitude da Fifa, da Uefa e da Federação Croata sempre foi clara em assuntos que dizem respeito a racismo ou discriminação e esta decisão e esta decisão condiz totalmente com a nossa política", afirmou o dirigente, que no entanto, defendeu o histórico de Simunic como jogador.

"Esta situação não vai tirar dele o estatus que mereceu ao defender 105 a seleção croata. Josip contribuiu de forma considerável à nossa classificação para a Copa e os demais atletas também jogarão por ele no Brasil", completou.

A Croácia integra o grupo A da Copa do Mundo e enfrentará o Brasil na partida de abertura, marcada para o dia 12 de junho em São Paulo, antes de encarar Camarões e México.

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