O navio de cruzeiro Costa Concordia é visto em frente à costa do porto de Giglio, na Itália (Tony Gentile/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2013 às 17h31.
Roma - Um tribunal italiano pediu nesta terça-feira uma nova inspeção pericial do navio de cruzeiro Costa Concordia para obter mais evidências relacionadas ao naufrágio da embarcação, aceitando um pedido dos advogados do comandante do navio e de civis.
Na semana passada, o Concordia foi erguido e retirado das rochas onde encalhou, abrindo caminho para uma nova missão em busca de pistas.
O capitão do Concordia, Francesco Schettino, foi acusado de homicídio, de causar um naufrágio e abandonar o navio depois que a embarcação de 290 metros, com mais de 4 mil passageiros e tripulantes, bateu contra um recife perto da ilha de Giglio e tombou, deixando 32 mortos, em 13 de janeiro de 2012.
O tribunal de Grosseto quer que especialistas prestem especial atenção ao sistema elétrico dos elevadores da embarcação, disse uma fonte judicial à Reuters.
Os advogados de Schettino alegam que geradores de emergência não funcionaram durante o desastre, impedindo o funcionamento dos elevadores.
O tribunal também concordou com inspeções de outros aspectos, como portas estanques do navio, quando a segurança dos inspetores puder ser garantida.
O navio de 114.500 toneladas agora está de pé, mas com dois terços submersos, em uma plataforma especialmente construída na região de Giglio, enquanto equipes de resgate se preparam para rebocá-lo no ano que vem para então ser destruído.
Schettino, como capitão do navio, admitiu ter alguma responsabilidade pelo acidente. Mas ele diz que não é o único culpado e quer que o navio seja examinado para encontrar evidência de falhas técnicas que podem ter contribuído para a morte das vítimas.
Schettino é a única pessoa em julgamento depois que quatro membros da tripulação e um funcionário da operadora do navio, a Costa Cruzeiros, foram condenados a penas de até 34 meses de prisão após se declararem culpados no ano passado.
A Costa Cruzeiros, de propriedade da norte-americana Carnival Corp, maior operadora de cruzeiros do mundo, evitou um processo criminal ao concordar em pagar uma multa de 1,35 milhão de dólares no ano passado. As vítimas estão, agora, pedindo indenização em um caso civil.
O julgamento foi adiado até 7 de outubro.