Mundo

Tribunal da UE mantém veto a inseticidas para proteger abelhas

Bayer e a Syngenta alertaram que banir os inseticidas levará os agricultores a recorrer a produtos químicos mais antigos e a pulverizar mais

Abelhas: tribunal da confirmou nesta quinta-feira uma proibição parcial a três inseticidas conhecidos como neonicotinoides (Yves Herman/Reuters)

Abelhas: tribunal da confirmou nesta quinta-feira uma proibição parcial a três inseticidas conhecidos como neonicotinoides (Yves Herman/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 17 de maio de 2018 às 11h14.

Luxemburgo - Um tribunal da União Europeia confirmou nesta quinta-feira uma proibição parcial a três inseticidas conhecidos como neonicotinoides, afirmando que a Comissão Europeia teve razão ao restringir o uso em 2013 para proteger as abelhas.

O veredicto cobre três substâncias ativas - a imidacloprida, desenvolvida pela Bayer CropScience, a clotianidina, produzida pela Takeda Chemical Industries e pela Bayer CropScience, e o tiametoxam, da Syngenta,.

A corte disse que o "princípio de precaução" da União Europeia determina que o bloco pode adotar medidas se houver uma incerteza científica sobre os riscos à saúde humana ou ao meio ambiente, e que não é preciso esperar até ter certeza de que algum mal foi causado.

O Tribunal Geral da União Europeia anulou, no entanto, restrições ao uso de uma classe diferente de pesticida, o fipronil, da Basf, porque a Comissão não realizou uma avaliação adequada do impacto de suas medidas.

A proibição parcial de 2013 estabeleceu que os neonicotinoides não podem ser usados no milho, na colza e em alguns cereais, mas ainda podem ser empregados em cultivos como o da beterraba.

A Comissão decidiu revisar as aprovações por causa da perda de colônias de abelhas, causada pelo uso indevido de pesticidas.

No mês passado a maioria dos países da UE apoiou uma proposta para proibir todo o uso de neonicotinoides em ambientes externos, limitando seu uso aos cultivos em estufas.

A Bayer e a Syngenta alertaram que banir os inseticidas levará os agricultores a recorrer a produtos químicos mais antigos e a pulverizar mais.

As empresas também argumentam que as conclusões da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos sobre possíveis riscos se basearam em doses excessivamente altas em exames de laboratórios, e que esta exigiu que estudos de campo fossem realizados em áreas grandes demais para um resultado realista.

A Syngenta disse que a decisão do tribunal foi "decepcionante e infeliz", e que a inovação científica é a única maneira de se produzir alimento suficiente e proteger o meio ambiente.

O grupo ativista Friends of the Earth disse que novos indícios mostraram que os neonicotinoides persistem no meio ambiente durante muitos anos, contaminando águas e flores silvestres próximas de plantações, e que as sementes oleaginosas saudáveis colhidas desde a proibição parcial indicam que os produtos químicos são desnecessários.

As partes têm dois meses para decidir se apresentam uma apelação ao Tribunal de Justiça da União Europeia, a mais alta instância jurídica da UE.

Acompanhe tudo sobre:BayerMeio ambienteUnião Europeia

Mais de Mundo

Espanha tem primeira onda de calor do verão com temperaturas acima de 42ºC

Ruanda e República Democrática do Congo assinam acordo em Washington para encerrar conflito

Trump diz que escolherá um presidente do Fed que queira reduzir as taxas

Trump adverte que gostaria de encurtar prazo para selar novos acordos tarifários