Cairo - Um tribunal do Egito condenou nesta segunda-feira um islamita à morte, 13 à prisão perpétua e 43 a penas entre 15 e dez anos de detenção por participarem de atos violentos na cidade portuária de Alexandria, informou a agência oficial "Mena".
O tribunal sentenciou à pena capital um dos acusados, identificado como Mahmoud Hassan Ramadã, por jogar menores de idade do terraço de um edifício durante os protestos e atos de violência ocorridos em 5 de julho, dois dias depois da destituição do ex-presidente Mohamed Mursi pelos militares.
Além disso, condenou 13 acusados, que pertencem a vários grupos islamitas, a prisão perpétua.
Mais oito pessoas foram condenadas a quinze anos de prisão, e 35 a dez anos de prisão por seu envolvimento nos atos de violência que ocorreram neste dia na cidade de Alexandria.
Segundo a agência "Mena", esses distúrbios causaram um total de 18 mortos e 200 feridos.
Ontem, um tribunal egípcio condenou 163 seguidores da organização Irmandade Muçulmana a dez anos de prisão por participarem de protestos e por tentativas de assassinato, entre outras causas.
Em 28 de abril, o Tribunal Penal de Minia, no sul do país, condenou a morte 720 supostos seguidores da Irmandade, incluído o seu líder, Mohamed Badia, por cometerem atos de violência em dois casos separados.
Dos 720, o tribunal condenou definitivamente 37, enquanto ordenou que o caso dos outros fossem levados ao mufti do Egito, máxima autoridade religiosa do país, o que segundo o sistema judiciário egípcio significa que foram condenados à morte de maneira provisória.
As autoridades egípcias declararam no final do ano passado a Irmandade Muçulmana um "grupo terrorista" e desde a destituição de Mursi prenderam um grande número de islamitas.
-
1. Índice letal
zoom_out_map
1/8 (Getty Images)
São Paulo – Pelo menos 676 pessoas morreram em 2011, vítimas de execuções oficiais por estados, enquanto outras 18.750 sentenciados continuam aguardando o cumprimento da pena de morte em todo o mundo. É o que mostra o mais recente relatório da Anistia Internacional, que não inclui na conta as milhares de pessoas que a organização acredita terem sido executadas ilegalmente na
China. O número representa um aumento sobre as execuções oficiais registradas em 2010 – 527, em todo o mundo. De acordo com a organização, o aumento se deve ao aumento de sentenças cumpridas no Irã, Iraque e Arábia Saudita. Segundo balanço anual da organização, 140 países já aboliram a pena de morte – seja no papel ou na prática –, mas outros 20 executaram prisioneiros no ano passado. Métodos como decapitação e enforcamento continuam em uso em alguns deles. Clique nas fotos para saber quais são os países que mais fizeram uso da pena de morte em 2011.
-
2. China (milhares)
zoom_out_map
2/8 (AFP/Arquivo)
Como as execuções na China não são oficialmente registradas, não é possível determinar o número exato de mortes, mas a Anistia estima que elas estejam na casa dos milhares. EM 2011, o país aboliu a pena de morte para 13 crimes, principalmente os de colarinho branco, mas o país manteve a pena capital para muitos crimes violentos, incluindo corrupção e tráfico de drogas. A organização também alega que muitas execuções são realizadas sem que antes tenha havido um julgamento apropriado, com confissões obtidas por meio de tortura e putros meios ilegais.
-
3. Irã (mais de 360)
zoom_out_map
3/8 (Getty Images)
Mais de 360 pessoas foram executadas no Irã em 2011, entre elas as de pelo menos quatro mulheres e três homens que eram menores de 18 anos quando cometeram os crimes. O país também é um dos quatro no mundo que realiza execuções em público – pelos 50 execuções públicas foram realizadas no ano passado. Além de observar um aumento no volume de execuções oficiais, a organização estima que centenas de mortes deixaram de ser reportadas. Entre as acusações punidas com a pena capital no ano passado estão as de “sodomia” e “espalhar a corrupção na Terra”.
-
4. Arábia Saudita (mais de 82)
zoom_out_map
4/8 (Hamad Olayan/AFP)
As execuções oficiais mais que triplicaram na Arábia Saudita em 2011. Pelo menos 82 pessoas – contra 27 no anterior- foram executadas, incluindo 28 estrangeiros e cinco mulheres. O número representa um retrocesso para o país, que vinha diminuindo o número de execuções desde 2007, segundo a Anistia. A maioria dos prisioneiros não recebeu julgamento respeitando padrões internacionais. Em muitos casos, os acusados não tiveram direito a advogado e foram condenados com base em confissões obtidas à força, de acordo com a organização.
-
5. Iraque (mais de 68)
zoom_out_map
5/8 (Getty Images)
Pelo menos 68 pessoas foram executadas no Iraque no ano passado, incluindo dois estrangeiros e três mulheres. O governo iraquiano recebeu 735 pedidos de execução para sancionar, entre janeiro de 2009 e setembro de 2011, tendo autorizado 81 delas. Na maioria dos casos, as acusações eram de envolvimento em ataques por grupos armados e práticas de crimes violentos, como assassinado, sequestro e estupro. Os julgamentos na corte criminal foram breves, durando apenas poucos minutos em alguns casos, segundo o relatório.
-
6. Estados Unidos (43)
zoom_out_map
6/8 (Getty Images)
Os Estados Unidos são o único país do G8 a manter a pena de morte. No ano passado, o estado de Illinois abriu mão da punição capital, somando-se a 15 outros estados norte-americanos “abolicionistas”, mas 43 execuções ainda foram realizadas no país. A maioria delas – 73% - ocorreu em estados do Sul. Ainda de acordo com o relatório, foram emitidas 78 sentenças de morte no país em 2011.
-
7. Iêmen (mais de 41)
zoom_out_map
7/8 (AFP)
Mais de 41 pessoas foram executadas no Iêmen no ano passado. Outras 29 foram condenadas à morte. Extraoficialmente, a Anistia acredita que os números sejam ainda mais elevados. A pena de morte foi aplicada a uma variedade de ofensas, incluindo crimes não violentos. Embora a lei do país proíba o procedimento, execuções de menores de 18 anos também foram registradas, de acordo com o relatório.
-
8. Coréia do Norte (mais de 30)
zoom_out_map
8/8 (Getty Images)
Na Coréia do Norte, foram registradas pelo menos 30 execuções oficialmente, mas o número é considerado grosseiramente subestimado pela Anistia. Segundo relatórios não confirmados recebidos pela organização, dezenas de soldados foram presos e executados como parte do processo de consolidação no poder de Kim Jong-un, que sucedeu seu pai como ditador do país após sua morte.