Soldados do exército libanês em seus veículos militares após uma série de confrontos entre sunitas e alauitas na cidade portuária de Trípoli, no Líbano (Omar Ibrahim/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2013 às 08h39.
Beirute - Atiradores mataram três soldados libaneses em um posto de controle do Exército no Vale do Beqaa, nesta terça-feira, antes de fugirem para a fronteira com a Síria, disseram autoridades libanesas.
Não estava claro quem realizou o ataque, que é o mais recente incidente em uma região de fronteira que tem sido cada vez mais envolvida pela violência na vizinha Síria.
A guerra civil na Síria tem dividido o Líbano, com mais xiitas libaneses apoiando o presidente sírio, Bashar al-Assad, e muitos sunitas apoiando seus inimigos rebeldes sunitas, o que coloca o Exército libanês sob pressão para conter as tensões sectárias.
Os grupos sunitas no norte e no leste do Líbano culpam o Exército por impedir seus esforços de apoiar os rebeldes na Síria com armas e combatentes, e ao mesmo tempo não impedir que o grupo militante xiita Hezbollah envie combatentes para apoiar Assad.
O tiroteio de terça-feira ocorreu antes do amanhecer perto da cidade de Arsal, em uma área utilizada por rebeldes sírios e seus apoiadores libaneses para contrabandear armas e combatentes para a Síria.
"Soldados no ponto de controle confrontaram os agressores e o confronto que se seguiu resultou no martírio de três soldados", disse um comunicado do Exército.
Horas antes, um foguete foi disparado sobre a cidade de maioria xiita Hermel, cerca de 30 km ao norte da Arsal, matando uma mulher e ferindo duas pessoas, disse o Exército.
A violência na Síria, onde 80 mil pessoas foram mortas em 26 meses, está avançando para o Líbano com frequência crescente, aumentando os temores sobre o destino de uma nação pequena que teve algo entre 100 mil e 150 mil mortos em sua própria guerra civil de 1975 a 1990.
O Hezbollah tem lutado ao lado das forças de Assad para expulsar os rebeldes da cidade fronteiriça síria de Qusair, enquanto muitos homens armados sunitas pró-rebeldes atravessaram a fronteira para se juntar à revolta.