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Três são condenados por roubarem bebê na ditadura argentina

Um casal e um médico foram condenados pela apropriação ilegal de um bebê durante a última ditadura militar (1976-1983)


	Argentina : os acusados foram condenados pelos delitos de "retenção e ocultação" e "supressão de identidade" de uma menor previamente subtraída
 (Wikimedia Commons)

Argentina : os acusados foram condenados pelos delitos de "retenção e ocultação" e "supressão de identidade" de uma menor previamente subtraída (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2015 às 17h48.

Buenos Aires - Um casal e um médico foram condenados nesta segunda-feira pela Justiça da Argentina pela apropriação ilegal de um bebê durante a última ditadura militar (1976-1983).

Um tribunal oral de Buenos Aires fixou para o médico Francisco De Luca uma condenação de cinco anos de prisão, de seis anos e meio para Serafina Marchese, e para o marido desta, Juan Carlos Lavia, de oito anos de prisão, segundo informou o Centro de Informação Judicial.

Os três acusados neste julgamento foram condenados pelos delitos de "retenção e ocultação" e "supressão de identidade" de uma menor previamente subtraída.

Trata-se de Florença Laura Reinhold Siver, nascida em 1978 no Hospital Naval, cujos pais estiveram presos no centro clandestino de detenção que funcionou na Escola de Mecânica da Marinha (Esma) em Buenos Aires, e que permanecem desaparecidos.

Reinhold Siver nasceu por cesariana em 16 janeiro de 1978 no Hospital Naval da capital argentina, onde foi atendida sua mãe, Susana Siver, de 21 anos, que tinha sido sequestrada em 14 de agosto de 1977.

O pai, Marcelo Reinhold, de 22 anos, foi sequestrado na mesma data e junto com sua mulher militava na Juventude Universitária Peronista da Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires e depois ingressou no grupo guerrilheiro Montoneiros.

Após seu nascimento, a bebê retornou com sua mãe à Esma, onde permaneceram juntas por duas semanas.

Segundo publicou hoje a imprensa local, a menina chegou às mãos de Serafina Marchese e Juan Carlos Lavia através do médico Aldo Clemente Chiappe, já falecido, que trabalhava na Esma e no sanatório do sindicato União Operária Metalúrgica da cidade de Haedo, na província de Buenos Aires, onde era companheiro de Lavia.

O casal registrou a menina posteriormente como filha própria com uma certidão de nascimento falsa, com a assinatura do médico De Luca.

Florença Laura teve dúvidas sobre sua identidade e se aproximou da organização Avós de Praça Maio, que se dedica à busca das cerca de 500 crianças apropriadas ilegalmente durante a ditadura.

Por meio de análises genéticas, a jovem descobriu sua verdadeira identidade em 2011. 

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