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Três pessoas morrem na Colômbia após protestos contra o governo

Mais de 250 mil pessoas participaram dos protestos contra o governo de Iván Duque nesta quinta-feira (21)

Colômbia: manifestantes criticam políticas econômicas e sociais do governo (Luisa Gonzalez/Reuters)

Colômbia: manifestantes criticam políticas econômicas e sociais do governo (Luisa Gonzalez/Reuters)

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Reuters

Publicado em 22 de novembro de 2019 às 14h38.

Bogotá — Três pessoas foram mortas em eventos na esteira dos protestos de quinta-feira na Colômbia, disse o ministro da Defesa, conforme as cidades despertavam nesta sexta-feira diante de amplos problemas no transporte público e convocando outro protesto.

Mais de 250 mil pessoas protestaram na quinta-feira para expressar o crescente descontentamento com o governo do presidente Iván Duque, incluindo com rumores de reformas econômicas e uma contínua raiva do que os manifestantes dizem ser a falta de ação do governo para impedir a corrupção e o assassinato de ativistas de direitos humanos.

O ex-candidato presidencial de esquerda Gustavo Petro convocou outra manifestação na tarde desta sexta-feira, pedindo às pessoas que batessem em panelas e frigideiras na praça central de Bogotá em um ato tradicional de protestos conhecido como "panelaço". Seu apelo não é apoiado pelas centrais sindicais que organizaram o protesto de quinta-feira.

O protesto coincidiu com manifestações em outros países da América Latina, incluindo passeatas antiausteridade no Chile, protestos contra alegações de adulteração de votos na Bolívia que levaram o presidente Evo Morales a renunciar, além de uma escalada nas tensões na crise da Nicarágua.

Os detalhes sobre as mortes, na província de Valle del Cauca, estão sob investigação, disse o ministro da Defesa, Carlos Holmes Trujillo, a jornalistas.

"Nas últimas horas, as autoridades confirmaram a morte de duas pessoas em Buenaventura em meio a distúrbios e mais uma em Candelaria, ambos municípios de Valle", disse ele, acrescentando que um grupo de pessoas pretendia saquear o shopping Viva Buenaventura.

"Por causa desse ato violento, as forças de segurança agiram, sendo sujeitas a agressões violentas com o lançamento de pedras e paus. Como resultado do confronto entre vândalos e forças de segurança e em eventos que são objeto de investigação pelo escritório do procurador-geral, duas pessoas foram mortas".

Bloqueios continuavam em quatro municípios, acrescentou Trujillo. Embora a grande maioria dos manifestantes tenha participado pacificamente, 98 pessoas foram presas, enquanto 122 civis e 151 membros das forças de segurança ficaram feridos, disse ele.

Trujillo acrescentou que as autoridades estavam conduzindo 11 investigações preliminares de conduta imprópria por membros das forças de segurança, depois que imagens circuladas nas mídias sociais mostraram policias tratando os manifestantes duramente, incluindo um oficial de choque chutando um manifestante na cara.

Usuários de transporte público em Bogotá e outras cidades enfrentavam longos atrasos na sexta-feira, enquanto as autoridades tentavam normalizar o serviço de transporte de massa. Cerca de duas dúzias de terminais de ônibus de Bogotá foram fechados e a polícia usou gás lacrimogêneo em pelo menos duas áreas no sul da cidade, na tentativa de eliminar bloqueios nas vias.

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