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Três mortos em Homs, apesar da permanência de dois capacetes azuis

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), neste domingo a violência deixou 17 mortos no país

Imagem da Shaam News Network mostra os observadores da ONU no distrito de Khalidiya, em Homs (AFP)

Imagem da Shaam News Network mostra os observadores da ONU no distrito de Khalidiya, em Homs (AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2012 às 11h48.

Damasco - Apesar da presença de dois capacetes azuis em Homs (centro) a pedido de militantes que temem novas violações do cessar-fogo na Síria, pelo menos três pessoas foram mortas neste domingo na cidade.

Frente às violações diárias da trégua, que deixaram mais de 200 mortos desde a sua entrada em vigor em 12 de abril, o emissário internacional Kofi Annan declarou que Damasco deve "de uma vez por todas parar de utilizar armas pesadas e retirá-las dos centros urbanos".

A violência já deixou 17 mortos neste domingo no restante do país, incluindo três em Homs, mesmo com dois observadores presentes neste foco da onda de contestação, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"Três civis foram mortos a tiros nos bairros de Khaldiyé, Al-Ghouta e Al-Moukhayam, em Homs", indicou o OSDH, acrescentando que três outros civis tinham morrido em Talbissé, outra cidade desta província.

Além das mortes registradas em Homs, as forças governamentais mataram seis civis, três na província de Idleb (noroeste) e três na de Damasco, sendo dois na violenta invasão de Douma, no subúrbio da capital.

Enquanto isso, quatro soldados foram mortos na explosão de uma bomba próximo a Douma e um membro das forças de segurança morreu na cidade litorânea de Banias.

"Desde sábado à noite, dois capacetes azuis estão em Homs", declarou à AFP Neeraj Singh, membro da equipe avançada da ONU.

Vídeos gravados no sábado por militantes mostram uma reunião entre observadores, moradores e combatentes rebeldes de Homs que pediram que os enviados impedissem novos ataques das tropas.

"Por favor, fiquem com a gente (...). Quando vocês estão aqui, os ataques param", disse em inglês um morador ao coronel Ahmed Himmiche, chefe da missão, explicando que o sábado foi o primeiro dia sem matanças em Homs "desde 5 de fevereiro".


Um outro vídeo da mesma reunião mostra um oficial do Exército Sírio Livre (ESL, desertores), Abdel Razzak Tlass, afirmando aos observadores que "estão sob a proteção do ESL" em Homs.

"Agora se vocês partirem, eles (o regime) vão manter suas operações militares. Eles utilizam tanques, (obuses de) morteiro, lança-foguetes. Na sua presença, tudo para. Pedimos que fiquem, pelo menos dois de vocês", explica o oficial ao coronel Himmiche.

Observadores foram neste domingo a Rastan, também em Homs, indicou o coronel Saadeddine Kassem, porta-voz do ESL que os acompanhou nas ruas desta cidade rebelde, afirmando que disparos de intimidação foram feitos de um posto militar distante, para dispersar os moradores que cercavam a equipe.

Os observadores foram em seguida para Hama, capital da província vizinha de mesmo nome, segundo Abu Ghazi Hamoui, militante no local que afirmou que tinham ido a um palco de grandes manifestações contra o governo durante o verão.

Segundo a agência oficial Sana, "uma equipe de observadores visita Hama e está reunida com o governador da cidade".

No sábado em Nova York, o Conselho de segurança da ONU votou por unanimidade uma segunda resolução sobre a Síria, autorizando o envio de uma missão ampliada de 300 capacetes azuis desarmados, após 13 meses de violência que deixou mais de 11.100 mortos, segundo o OSDH.

Os 300 observadores devem ser mobilizados "rapidamente" e "por um período inicial de 90 dias", de acordo com a resolução, mas o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, terá antes que determinar se "a consolidação" do cessar-fogo permite essa mobilização.

O ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, ameaçou Damasco com "todas as opções possíveis" se o governo sírio não cumprir seus compromissos, enquanto seu colega alemão, Guido Westerwelle, considerou que "o tempo dos russos e dos pequenos jogos táticos acabou".

"Nossa paciência está no fim", insistiu a embaixadora americana na ONU, Susan Rice. Washington e Paris indicaram que a renovação da missão após 90 dias não será automática.

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