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Protestos no Iraque deixam 5 mortos, entre eles 2 militares

Desde outubro, manifestantes pedem renovação do sistema político no Iraque

Protestos no Iraque (Khalid al-Mousily/Reuters)

Protestos no Iraque (Khalid al-Mousily/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de janeiro de 2020 às 16h23.

Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 18h24.

Bagdá — Dois integrantes das forças de segurança iraquianas e três manifestantes foram mortos nesta segunda-feira em confrontos durante os protestos em Bagdá e no sul da província de Bassora, onde outras 75 pessoas ficaram feridos.

Dois membros de uma unidade militar que operava sob ordens do Comando de Operações de Bassora foram mortos quando estavam dispersando participantes de um protesto que cortaram uma estrada na cidade do mesmo nome, onde ocorreram incidentes e confrontos desde ontem, como confirmou à Agência Efe um oficial da corporação.

Os manifestantes também tentaram bloquear as vias que levam aos portos de Umm Qasr e Az Zubayr e aos campos petrolíferos no oeste da província, bem como as estradas que ligam Bassora à capital Bagdá e às províncias vizinhas.

A fonte disse que as forças de segurança usaram gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, fazendo com que mais de 25 pessoas fossem sufocadas.

Também houve confrontos e distúrbios em Bagdá, onde três pessoas foram mortas, incluindo um ativista identificado como Yusuf Sattar, e mais de 50 foram sufocadas pelo mesmo gás, disse uma fonte do Ministério do Interior à Efe, solicitando o anonimato.

Os manifestantes estão em Tahrir, Al Tayaran e outras praças que têm sido seus principais pontos de encontro desde o início dos protestos no país árabe, em 1º de outubro.

Na última sexta-feira, o movimento popular voltou à tona, após uma suspensão temporária no início deste ano, devido às tensões entre os EUA e o Irã em solo iraquiano.

"Essa escalada em Bagdá e nas províncias do Sul não surgiu do nada, foi o resultado do fracasso dos partidos políticos e do seu atraso no cumprimento das exigências para formar um novo governo", declarou à Efe o ativista Hasan al-Lami na Praça Tahrir, o epicentro da revolta.

Grupos parlamentares iraquianos não conseguiram chegar a um acordo sobre um candidato a primeiro-ministro, após a renúncia de Adel Abdel Mahdi no final de novembro, devido à pressão das ruas.

"Quando saímos às ruas sob o lema 'Queremos uma pátria', queremos dizer um país livre e independente, que não dependa de outro país e que não manipule seus recursos e o futuro de seus filhos, onde não haja lugar para os corruptos e os ladrões de dinheiro público", destacou.

Al-Lami afirmou que a nova onda de protestos em várias partes do Iraque desde sexta-feira representa uma mensagem para os partidos políticos. "Apesar das tentativas de acabar com os protestos e adiar as demandas do povo, não vamos parar até atingirmos os objetivos que foram estabelecidos há quase quatro meses", prometeu.

Além de um governo novo, tolerante e eficiente, os manifestantes também exigem melhores serviços públicos e oportunidades econômicas, em um país rico em petróleo, mas onde 23% da população vive na pobreza.

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