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Três a cada dez mulheres latino-americanas não têm renda própria, diz estudo

Apenas um em cada dez homens se encontra nessa mesma situação, revelou nesta segunda-feira a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal)

No caso das áreas urbanas da América Latina, a porcentagem de mulheres sem renda própria, ou seja, sem nenhum tipo de salário, subsídio ou pensão, está em 31,6%, enquanto a proporção de homens chega a somente 10,6% (Elza Fiúza/Abr)

No caso das áreas urbanas da América Latina, a porcentagem de mulheres sem renda própria, ou seja, sem nenhum tipo de salário, subsídio ou pensão, está em 31,6%, enquanto a proporção de homens chega a somente 10,6% (Elza Fiúza/Abr)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2011 às 18h33.

Santiago - Três em cada dez mulheres da América Latina não recebem nenhum tipo de renda, o que significa que dependem de outras pessoas para subsistir, enquanto apenas um em cada dez homens se encontra nessa mesma situação, revelou nesta segunda-feira a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

A informação foi divulgada por Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal, cuja sede em Santiago recebe desta segunda até a quarta-feira a 46ª Reunião da Mesa Diretiva da Conferência Regional Sobre a Mulher, um órgão subsidiário da comissão.

A reunião dá sequência ao denominado "Consenso de Brasília", que foi adotado em julho de 2010 na capital federal e considera oito grandes desafios para a ação, entre elas conquistar uma maior autonomia econômica para as mulheres.

A dependência econômica feminina "é pior em caso de separações ou de viuvez", destacou Alicia diante de ministras e autoridades de organismos vinculados à igualdade de 19 países da América Latina e do Caribe.

No caso das áreas urbanas da América Latina, a porcentagem de mulheres sem renda própria, ou seja, sem nenhum tipo de salário, subsídio ou pensão, está em 31,6%, enquanto a proporção de homens chega a somente 10,6%.

Por outro lado, nas zonas rurais o índice sobe para 43,9%, em comparação aos 13,6% dos homens, segundo dados de 2008 divulgados no relatório anual de 2011 do Observatório de Igualdade e Gênero da região, que foi entregue durante o encontro.

Entre os dados positivos está a alta da taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho desde 1990, o que está relacionado com uma diminuição da porcentagem de mulheres sem renda própria, que nas estatísticas são classificadas como inativas.


No caso das mulheres urbanas, essa taxa de participação alcançava 52% em 2008, dez pontos a mais do que em 1990.

Estas mulheres sem renda própria se dedicam a afazeres domésticos não remunerados cujo valor, no entanto, equivaleria a entre 25% e 30% do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país da América Latina.

Segundo indicou Iriny Lopes, ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Brasil e presidente da Mesa Diretiva da Conferência, no encontro também será analisado o aumento da participação política feminina.

Na reunião também participarão a ministra da Mulher da República Dominicana, Alexandrina Germán; sua colega peruana, Aída García Naranjo, a ministra do Serviço Nacional da Mulher do Chile, Carolina Schmidt, e a secretária interina de Estado de Igualdade da Espanha, Laura Seara.

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