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Trégua na cidade síria de Aleppo expira

O regime atacou o reduto rebelde na Ghutta Oriental, perto de Damasco, e a Al-Qaeda e seus aliados tomaram um povoado alauita no centro do país


	Trégua em Aleppo: os extremistas do EI infligiram nos dois últimos dias um importante revés ao exército sírio ao isolar a cidade de Palmira
 (Abdalrhman Ismail / Reuters)

Trégua em Aleppo: os extremistas do EI infligiram nos dois últimos dias um importante revés ao exército sírio ao isolar a cidade de Palmira (Abdalrhman Ismail / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2016 às 16h04.

A trégua temporária entre o regime sírio e os rebeldes na cidade de Aleppo expirou nesta quinta-feira sem ter sido prorrogada, enquanto o comboio de ajuda humanitária que abasteceria Daraya teve sua entrada proibida.

O conflito continua fazendo estragos em toda a Síria. O regime atacou o reduto rebelde na Ghutta Oriental, perto de Damasco, e a Al-Qaeda e seus aliados tomaram um povoado alauita no centro do país. No sul, ocorriam combates entre os rebeldes e os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI).

Os extremistas do EI infligiram nos dois últimos dias um importante revés ao exército sírio ao isolar a cidade de Palmira, poucos dias depois de o regime e seus aliados russos terem celebrado a reconquista da cidade antiga.

Em Aleppo, a segunda cidade do país, o cessar-fogo temporário imposto há uma semana expirou à meia-noite (quarta-feira às 18h00 de Brasília), sem ser prolongado.

Durante a noite, dois rebeldes morreram em um bombardeio no bairro de Al-Shaar, indicou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). Segundo a Defesa Civil, dois barris explosivos foram lançados pela força aérea em um bairro rebelde, sem deixar vítimas.

Quase 300 pessoas morreram em Aleppo nos combates que desde 22 de abril abalaram o cessar-fogo instaurado na Síria em 27 de fevereiro, impulsionado por Moscou e Washington.

"Atos, não palavras"

Após este fracasso, o conflito voltará a ser o tema central da reunião do Grupo Internacional de Apoio à Síria (GIAS), copresidido pela Rússia e pelos Estados Unidos, no dia 17 de maio em Viena, num momento em que Moscou e Washington prometeram redobrar esforços para encontrar uma solução política ao conflito sírio.

Mas para o coordenador da oposição Riad Hijab, interrogado pela AFP, "há cinco anos o povo sírio morre. Queremos atos, e não apenas palavras, por parte de nossos amigos".

"Esperamos que os Estados Unidos, a França, a Grã-Bretanha, a Alemanha e os outros (países) atuem em terra", advertiu, lembrando que os rebeldes lutam contra o regime e seus aliados, assim como contra o Estado Islâmico e as forças curdas.

Hijab exigiu armas antiaéreas para se defender dos bombardeios e também medidas contra o regime que conta, segundo ele, com "a aprovação para continuar seus abusos".

Ajuda a Daraya frustrada

O comboio que deveria entregar ajuda humanitária à cidade sitiada síria de Daraya pela primeira vez desde o início do cerco, em 2012, não pôde entrar nesta quinta-feira no local, informou a Cruz Vermelha.

"Lamentavelmente nosso comboio com as Nações Unidas e o Crescente Vermelho não pôde entrar em Daraya, embora tenha sido dada uma autorização prévia de ambos os lados", indicou no Twitter o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

"Pedimos com urgência às autoridades responsáveis que nos garantam o acesso a Daraya, e assim poderemos retornar com ajuda de comida e remédios que são necessários com urgência".

A diretora na Síria do CICR, Marianne Gasser, que formava parte do comboio, descreveu como trágica a negativa de acesso.

"As comunidades de Daraya precisam de tudo, é trágico que inclusive (a entrega de) bens básicos que traríamos hoje seja atrasada desnecessariamente", afirmou.

Daraya tinha uma população de 80.000 pessoas antes da guerra, mas este número caiu em 90%. Os habitantes que permanecem no local sobrem importantes carências e uma séria desnutrição.

O comboio, formado por cinco caminhões do CICV, das Nações Unidas e do Crescente Vermelho sírio deveria entregar leite materno e ajuda médica e escolar.

Segundo a ONU, 400.000 pessoas vivem sob cerco na Síria.

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