O rio Yang Tsé deve ser desviado para ajudar a região árida no norte da China (Wikimedia Commons/Andrew Hitchcock)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
Pequim - Um total de 60.886 habitantes da província chinesa de Henan foram removidos de seus lares para permitir o maior projeto de transposição fluvial da China, que desviará a água do rio Yang Tsé rumo ao árido norte do país asiático.
A agência oficial de notícias "Xinhua" informou hoje que os deslocados são residentes de 57 aldeias do distrito de Xichuan e foram remanejados para 63 regiões de 25 distritos diferentes dentro da mesma província, localizada no centro da China.
Os dados são do Escritório da Transposição de Águas Sul-Norte, ligado ao Executivo chinês e responsável pelo projeto de desvio das águas do Yang Tsé, o rio mais longo da Ásia, para abastecer as províncias setentrionais.
O deslocamento em massa teve início em junho e mobilizará até 2014 cerca de 330 mil habitantes das províncias centrais de Hubei e Henan. Trata-se da maior remoção da história da China após a construção da Hidrelétrica de Três Gargantas, que obrigou a transferência de 1,4 milhão de pessoas em 18 anos.
A segunda fase do deslocamento provocado pela transposição do Yang Tsé afetará 86.100 pessoas até o final de agosto de 2011.
Essa é a terceira tentativa de se canalizar as águas do rio. Um primeiro ramal foi descartado no leste porque aproveitava um antigo canal de águas tão poluídas que sua limpeza chegava a custar tanto quanto o projeto de transposição. Por outro lado, um ramal ocidental significaria a construção de represas e túneis que afetariam o ecossistema do planalto tibetano.
A escassez e a contaminação das águas é um dos problemas mais graves da China, um dos países mais poluídos do mundo e segunda potência econômica mundial.
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