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Transição da quarentena exige testes na população, alerta OMS

Testes na população vão indicar como o coronavírus está se disseminando, o que deve conduzir a flexibilização ou não da quarentena

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS 
28/02/2020
REUTERS/Denis Balibouse (Denis Balibouse/Reuters)

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS 28/02/2020 REUTERS/Denis Balibouse (Denis Balibouse/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de abril de 2020 às 14h29.

Última atualização em 7 de abril de 2020 às 14h08.

O comando da Organização Mundial de Saúde (OMS) defendeu que a transição para o fim da quarentena em meio à pandemia de coronavírus exige um método que inclui testes na população para se descobrir e controlar a disseminação do vírus, isolando os doentes. Durante entrevista coletiva nesta segunda-feira, a entidade foi questionada sobre a melhor solução para, após o pico da pandemia, os governos organizarem a volta ao normal das atividades.

Diretor executivo da OMS, Mike Ryan afirmou que o fim da quarentena pode ter de ser feito em etapas. A cada uma delas, as autoridades terão de continuar a testar a população para ver como a doença se dissemina e, a depender desse ritmo, avançar ou não no relaxamento das quarentenas, comentou. Além disso, Ryan enfatizou a importância de haver leitos livres nesse momento para receber os novos casos que fatalmente surgirão. "É preciso avaliar as pessoas testadas e projetar cenários" para a saída da quarentena.

A OMS disse também que alguns modelos epidemiológicos apontam que existem muitas contaminações por coronavírus ainda não detectadas, por isso a importância de se testar a população para conseguir um retrato mais preciso do problema. No quadro atual, a entidade lembrou que é um "risco" se realizar reuniões públicas de pessoas, por isso a OMS está em contato com lideranças religiosas para desaconselhar essas práticas, no momento.

Ryan mencionou ainda o fato de que muitos países no mundo não estão em "lockdown", mesmo em áreas com risco de disseminação maior da doença. A OMS diz que incentiva a restrição da mobilidade nesses casos, embora também tenha lembrado que nos países mais pobres há mais dificuldades para se levar adiante tal estratégia. De qualquer modo, a OMS afirmou, sem entrar em detalhes, que é preciso nesses casos ver como conduzir essas restrições.

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