Mundo

Tragédia tem efeito no turismo e na vida cultural das cidades serranas

Turismo, gastronomia de alto nível e vida cultural são fatores de geração de renda e emprego para as cidades de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo

Tragédia na região serrana do Rio de Janeiro já vitimou mais de 500 pessoas (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)

Tragédia na região serrana do Rio de Janeiro já vitimou mais de 500 pessoas (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2011 às 05h37.

Rio de Janeiro - A tragédia causada pelas fortes chuvas vai exercer um impacto devastador por muito tempo ainda na vida das cidades serranas de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, que têm no turismo, na gastronomia de alto nível e na vida cultural fatores de geração de renda, emprego e atração de visitantes.

No caso de Nova Friburgo, a própria ecologia tem sido um dos cartões postais do município que, em sua página na internet, ressalta o fato de deter uma das maiores áreas de Mata Atlântica do país, com a cidade e as vilas ocupando apenas 4% do território.

"Um parque com uma cidade dentro” é o slogan que a prefeitura de Nova Friburgo usa para vender a imagem turística do município, com suas cachoeiras, rios, lagos e trilhas muito procurados por quem quer ter um contato maior com a natureza, fazer caminhadas ou praticar esportes como mountain bike, canoagem e rafting.

A cidade, fundada no início do século 19 por imigrantes suíços, é também um polo gastronômico, com seus restaurantes especializados em fondues e em outros pratos das culinárias suíça e alemã, além de realizar anualmente dezenas de eventos culturais, como o conhecido Festival de Inverno.

Para o dramaturgo e produtor artístico Arnaldo Miranda, há mais de 30 anos atuando na vida cultural de Friburgo, sua cidade natal, o turismo na região serrana acabou neste verão. “Foi como se uma bomba de lama tivesse caído em plena estação do turismo. A economia da cidade está quebrada”, disse.

O produtor lembra o fato de que a vida cultural na região está intimamente ligada ao turismo. “Tanto em Nova Friburgo, quanto em Teresópolis e Petrópolis, você tem os bares, as casas noturnas e os espaços culturais funcionando de alguma maneira articulados com o movimento turístico da região”, destaca.

Mesmo confiante na capacidade dos três municípios de superar as consequências da tragédia, Miranda teme que o efeito psicológico das imagens de devastação e morte afugente os turistas por muito tempo da região serrana fluminense. “Já tivemos em Friburgo, Petrópolis e Teresópolis várias ocorrências ligadas à ocupação irregular das encostas, mas o que estamos assistindo agora não tem paralelo. Fora os pesados trabalhos de recuperação, das toneladas de lama e pedra para serem removidas, fica o estigma da tragédia. Quem vai querer vir para cá? Para fazer o quê?”, pergunta.

Para o produtor, qualquer suporte financeiro que venha a ser oferecido para a região serrana em função da tragédia precisa levar em conta a situação da indústria hoteleira, “uma das mais bem equipadas do estado, com mão de obra qualificada e todo um conjunto de atividades girando em torno dela”.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasDesastres naturaisEnchentesMetrópoles globaisRio de Janeiro

Mais de Mundo

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique